Poloneses e finanças? Classificamo-nos em três. Exemplos de empréstimos em francos suíços ou Amber Gold mostram que estamos certos

Exemplos de empréstimos em francos suíços ou Amber Gold demonstram que a sociedade carece de compreensão dos mecanismos que regem a economia e as finanças. Em termos de conhecimento econômico, os poloneses se classificam com nota três, com as piores notas em segurança cibernética e investimentos. Segundo especialistas em economia, gestão financeira e investimentos deveriam ser ensinados na escola, embora não como disciplinas separadas. No entanto, o aprofundamento do conhecimento econômico também é necessário entre os grupos sociais mais velhos.
— Os poloneses precisam de melhor educação econômica. Vamos todos nos lembrar de como foi com os empréstimos em francos suíços, quando a maioria dos que os contraíram alegou não saber que a taxa de câmbio podia mudar. O mesmo acontece com o risco: quantos erros cometemos ao incentivar as pessoas a investir em ouro âmbar, porque "você nunca perderá com ouro". Esta é uma mensagem para quem não entende os mecanismos do mercado — afirma o Prof. Witold Orłowski, economista da Universidade de Finanças e Negócios de Vístula e da Universidade de Tecnologia de Varsóvia, à agência de notícias Newseria.
Hoje em dia, muitas pessoas, especialmente os jovens, acreditam que só se pode ganhar dinheiro com criptomoedas. Para entender, por exemplo, o risco associado a investimentos, é preciso entender como as finanças funcionam. É mais do que um simples cálculo da taxa de juros.
Um em cada três entrevistados avalia seu conhecimento econômico como baixo ou muito baixo, e 37%, como médio. Nos últimos 12 meses, 59% dos poloneses acreditam que deveriam poupar cada vez mais e com mais regularidade para os chamados dias difíceis, e metade deles declara que a poupança deve ser diversificada. 1/3 dos entrevistados também indica que deveria limitar despesas e levar um estilo de vida mais modesto. É importante ressaltar que essa resposta é dada com mais frequência por moradores de áreas rurais – quatro em cada 10 entrevistados. Estes são os resultados da 8ª edição do estudo anual realizado pelo Indicator Studio em nome do Instituto Bancário de Varsóvia e da Fundação GPW – "Nível de conhecimento financeiro dos poloneses 2025".
- Quando perguntamos às crianças de onde os pais tiram dinheiro, a resposta mais comum é: de um caixa eletrônico, e não que eles tiveram que ganhá-lo, por exemplo. Quando perguntamos se o governo tem dinheiro próprio, a resposta geralmente é sim, e, claro, o governo não tem dinheiro próprio. A falta desse conhecimento econômico básico tem um grande impacto tanto na economia, porque vários erros são cometidos, quanto na disseminação do populismo, não apenas na Polônia, mas também na Europa e no mundo - afirma o Prof. Dr. Piotr Wachowiak, reitor da Escola de Economia de Varsóvia.
Nos últimos anos, as fontes das quais os poloneses mais voluntariamente extraem conhecimento econômico têm mudado. A popularidade de blogs e portais de internet está em constante crescimento – 62% dos entrevistados declaram adquirir conhecimento por meio deles (55% em 2022) e de podcasts e vídeos na internet – 27% (19% em 2022). Por outro lado, a porcentagem de pessoas que extraem conhecimento da mídia tradicional está diminuindo (34% atualmente, 49% em 2021). Os poloneses sentem a maior escassez de conhecimento na área de segurança cibernética (46%). Em seguida, vêm investimentos – 32% e o sistema tributário – 28%.
A falta de conhecimento é acompanhada pela consciência de que ele deve ser constantemente expandido. 41% dos entrevistados declararam que gostariam de aprofundar seus conhecimentos em segurança cibernética (3 pontos percentuais a mais do que na edição do ano passado da pesquisa) e 24% em sistema tributário. No entanto, apenas um em cada cinco entrevistados gostaria de aprofundar seus conhecimentos sobre investimentos, apesar de um em cada três entrevistados declarar falta de conhecimento nessa área.
— Deveríamos ser muito mais bem informados sobre os processos econômicos. O mundo está se tornando cada vez mais complexo, a economia está mais complexa. Mesmo ferramentas financeiras simples não são suficientes; é preciso realmente entender o que está acontecendo na economia, como ela está mudando, onde estão os riscos, onde estão as oportunidades e como se adaptar a isso. E, infelizmente, isso precisa ser feito na escola, porque depois é tarde demais para aprender — diz o Prof. Witold Orłowski.
- Precisamos encontrar certas soluções sistêmicas para elevar o nível de conhecimento econômico da nossa sociedade - do jardim de infância aos idosos - indica o Prof. Piotr Wachowiak.
Ambos os especialistas, no entanto, não se mostram convencidos pela ideia de introduzir uma disciplina adicional nas escolas voltada para a educação financeira.
— Sou contra o chamado conhecimento em silos, ou seja, aqui está matemática, aqui está física, aqui está história e aqui está empreendedorismo. Na minha opinião, deveríamos nos esforçar para integrar o conhecimento sobre economia a outros tópicos — indica o professor Witold Orłowski. — Conhecimentos sobre finanças e instrumentos financeiros simples podem ser igualmente bem transmitidos em aulas de matemática. Portanto, provavelmente não é a melhor ideia criar uma disciplina separada; seria melhor pensar em como integrar elementos da compreensão da economia a outras disciplinas.
— Precisamos tomar exemplos de países da Europa Ocidental, onde esse conhecimento econômico está presente em diversas disciplinas, como na matemática, onde as tarefas abordarão questões econômicas; na história, onde serão apresentados os perfis dos empreendedores; ou na geografia, para mostrar os diversos tipos de regiões econômicas — postula o reitor da Escola de Economia de Varsóvia. — Não sou a favor de que esta seja uma única disciplina em que a economia seja ensinada. Ela deve nos acompanhar por toda a vida e, portanto, em diversas disciplinas.
No estudo do WIB e da Fundação GPW, o conhecimento dos entrevistados sobre investimentos foi mais uma vez testado na prática. Os entrevistados responderam corretamente, em média, a metade das perguntas sobre investimentos. 2% não deram nenhuma resposta correta e 3% obtiveram um resultado de 7/7. A sociedade também tem medo de investir devido à falta de familiaridade com os instrumentos da GPW. 65% dos entrevistados já ouviram falar de ações, mas não sabem o que são (uma ligeira melhora é visível - no ano passado, essa resposta foi dada por 70% dos entrevistados). O mesmo se aplica aos títulos (58%). 3/4 dos entrevistados nunca ouviram falar de ETFs. Atualmente, 44% dos poloneses não investem na bolsa de valores por falta de conhecimento suficiente.

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