Vice-presidente do NBP sobre o aumento do IRPF para bancos: lucros altos são temporários

Há uma inconsistência na proposta de aumentar o imposto de renda dos bancos — o aumento deve ser relacionado a um fenômeno temporário, que são os altos lucros dos bancos, mas o IRC mais alto deve permanecer permanente, disse a primeira vice-presidente do Banco Nacional da Polônia, Marta Kightley, ao PAP.
O Ministério da Fazenda preparou um projeto de lei com o objetivo de aumentar o imposto de renda sobre os bancos. A alíquota do imposto de renda corporativo para essas instituições aumentará dos atuais 19% para 30% em 2026, caindo para 27% em 2027 e, em seguida, para 23% em 2028.
Esta proposta é flagrantemente inconsistente. Ela alega ser uma resposta aos altos lucros que os bancos estão alcançando atualmente. No entanto, é importante lembrar que os resultados do setor bancário são altamente cíclicos e fortemente vinculados à situação econômica. Os altos lucros atuais se devem, entre outras coisas, às taxas de juros mais altas. No entanto, as taxas de juros mudam, assim como o ambiente bancário e, portanto, o nível de lucros bancários – estamos atualmente vivenciando um período de altos lucros do setor, mas houve um período em que os lucros bancários foram relativamente baixos, ou mesmo nulos, em 2020. Apesar disso, a proposta afirma que o aumento da taxa permanecerá permanente", disse Marta Kightley, Primeira Vice-Presidente do Banco Nacional da Polônia, à PAP.
Ela lembrou ao público que os bancos não têm total liberdade para dispor de seus lucros. Ressaltou que eles devem, por um lado, cumprir as normas de capital e, por outro, aderir às diretrizes da Autoridade Polonesa de Supervisão Financeira, que definem o nível permitido de dividendos que os bancos podem pagar.
O que é discutível é que, embora a regulamentação seja motivada por um fenômeno temporário, ela não é temporária em si, acrescentou Kightley.
De acordo com o projeto de lei, os bancos receberão uma redução na chamada alíquota do imposto bancário — em 10% em 2027 e em 20%, mas ainda menor que a alíquota atual, em 2028. O imposto deve permanecer nesse nível.
"Isso significa que as atividades de empréstimo dos bancos continuarão sujeitas a esse imposto, embora em menor grau. Dada a queda da relação crédito/PIB na Polônia, isso não é uma boa notícia. Sabemos que a queda dessa relação se deve principalmente a fatores de demanda, mas o Banco Nacional da Polônia tem indicado repetidamente em seus Relatórios de Estabilidade Financeira que a modificação do imposto bancário ajudaria a aumentar a disponibilidade de crédito", observou o vice-presidente do NBP.
O Ministério das Finanças estimou que as mudanças no imposto de renda corporativo (IRC) para bancos aumentarão as receitas orçamentárias desse imposto em aproximadamente PLN 6,5 bilhões em 2026. No total, espera-se que os aumentos do IRC para bancos gerem mais de PLN 20 bilhões para o orçamento nos próximos 10 anos.
Marek Siudaj (PAP)
ms/ mmu/ mhr/

bankier.pl