'Se eu pedir desculpas a Marina, não me elejo nem vereador', diz senador

Fala de Plínio levou Marina a deixar sessão da Comissão de Infraestrutura.O episódio encerrou três horas de discussões acaloradas na audiência em que a ministra foi convidada para falar sobre a criação de unidades de preservação marinha na costa de estados amazônicos. Marina chegou a pedir que o senador se desculpasse pela fala e abandonou o plenário diante da sua recusa.
Antes, o presidente da comissão afirmou que Marina deveria "se pôr no seu lugar". A declaração de Marcos Rogério (PL-RO) foi rechaçada por Marina, que reagiu dizendo que ele gostaria que ela fosse "uma mulher submissa, e eu não sou".
Após a sessão, Marina relembrou a fala de Plínio sobre enforcá-la e disse que o lugar dela é "onde todas as mulheres devem estar". "Me senti agredida fazendo o meu trabalho", declarou a jornalistas.
Ouvir um senador dizer que não me respeita como ministra, eu não poderia ter outra atitude. Ele é uma pessoa que disse que, da outra vez que eu vim aqui, como convidada, foi muito difícil para ele ficar seis horas e dez minutos comigo sem me enforcar, e hoje veio de novo para me agredir.
Estou aberta ao debate, ao diálogo. Agora, o que não pode é alguém achar que, porque você é mulher, porque você é preta, porque você vem de uma trajetória de vida humilde, que você vai dizer quem eu sou e que eu devo ficar no meu lugar. O meu lugar é onde todas as mulheres devem estar.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, a jornalistas após deixar sessão em comissão no Senado na terça-feirauol