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Cão perde visão após intoxicação com plantas em área pet de padaria em SP

Cão perde visão após intoxicação com plantas em área pet de padaria em SP

Um Border Collie de 1 ano e meio sofreu uma intoxicação grave e chegou a perder temporariamente a visão após visitar a área pet da padaria e restaurante Bossa Bakery, no Morumbi, zona sul de São Paulo.

O cachorro, chamado Pingo, convulsionou pouco depois do passeio e precisou ser internado na UTI veterinária por seis dias.

Convulsões e perda de visão

A tutora, Bruna Brunetta, contou à CNN que foi ao local acompanhada do namorado, de amigos e do cachorro.

Após a refeição, Pingo começou a passar mal e foi levado às pressas para o hospital veterinário, onde os médicos confirmaram a intoxicação e a perda temporária da visão.

O namorado de Bruna retornou à padaria e conversou com um dos sócios, que o encaminhou à gerente.

Ela apresentou o projeto paisagístico da área, que incluía quatro tipos de plantas que podem ser prejudiciais para a saúde dos cães:

  • Strelitzia
  • Clusia
  • Philodendron
  • Monstera

Segundo laudo veterinário, essas espécies podem causar sintomas gastroentéricos, tremores, convulsões e até formação de oxalato de cálcio.

Além disso, a tutora afirma que foi constatado o uso de veneno contra moscas nas plantas, o que pode ter agravado o quadro clínico.

A equipe veterinária descreveu que o quadro apresentado por Pingo consistia exatamente nesses sintomas gastroentéricos e neurológicos, com intoxicação sendo o principal diagnóstico.

Tratamento na UTI

Durante a internação, Pingo permaneceu inicialmente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, após estabilização, seguiu para leito de semi-intensiva.

Ele recebeu uma série de medicamentos para conter vômitos, proteger o sistema digestivo, controlar convulsões e auxiliar na recuperação geral. Exames complementares e a evolução positiva diante do tratamento reforçaram a suspeita de intoxicação.

Após seis dias, o cachorro teve alta assistida e segue em recuperação em casa, onde ficou sob monitoramento da equipe médica por algumas semanas.

Exigimos que tirassem a planta, mas foram negligentes.
Tutores de Pingo, à CNN

Os tutores enviaram mensagens e áudios ao estabelecimento exigindo a retirada das plantas, mas alegam que receberam respostas evasivas.

Diante da situação, contrataram um advogado e enviaram uma notificação extrajudicial pedindo o reembolso das despesas veterinárias e a remoção das espécies tóxicas.

A tutora também possui um laudo técnico que comprova a intoxicação e pretende entrar com ação judicial caso não haja acordo.

Veterinário explica os perigos da intoxicação

De acordo com o médico veterinário Eduardo Filetri, a intoxicação por plantas é um quadro conhecido na medicina veterinária e pode causar diferentes sintomas nos animais.

“Ele vomita, ele baba, pode ter cólica, diarreia, muita dor abdominal. Algumas [plantas] causam até hemorragia e sintomas hepáticos e intestinais”, explica.

Segundo Filetri, além dos sintomas gastrointestinais, alguns animais também podem apresentar sinais neurológicos, como as pupilas dilatadas que não reagem à luz, conhecida como midríase não fotorreativa.

O tratamento, de acordo com o especialista, depende do tempo decorrido após a ingestão da planta. “Se for até três horas, você pode fazer uma lavagem gástrica. Depois disso, muitos autores acreditam que não adianta mais. Aí entra medicação, soro, protetores hepáticos e remédios para vômito.”

O que diz a padaria?

Em nota, a Bossa Bakery lamentou o ocorrido com Pingo e afirmou que, após ser procurada, ofereceu respaldo com informações sobre as espécies plantadas no local, que segundo a empresa “não são tóxicas, porém impróprias para consumo, como grande parte das plantas do cenário urbano”.

O estabelecimento destacou que as plantas utilizadas são comuns em praças, parques e espaços públicos, e que a circulação de animais domésticos é permitida apenas na área externa.

“A entrada de pets deve ser feita pela entrada lateral. A circulação de animais é permitida apenas nas áreas externas. Mantenha seu pet sempre na coleira e sob sua supervisão. Recolha os dejetos do seu pet e informe nossa equipe para que a higienização do local seja feita corretamente. Cada tutor é responsável por seu pet, inclusive evitando que ele consuma alimentos ou produtos inadequados, ou danifique o ambiente", informou a padaria.

*Sob supervisão de AR.

CNN Brasil

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