Cesta básica fica 47% mais cara em cinco anos no RS e pressiona pequenos negócios
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IPCA registrara alta de 0,24% em junho
Em um cenário de constantes variações econômicas, o custo de itens essenciais no dia a dia dos gaúchos impacta diretamente o orçamento das famílias. Um levantamento realizado, anualmente, pela RBS TV, revela como os preços da cesta básica vêm se comportando ao longo dos últimos cinco anos.
A pesquisa, feita sempre no mês de julho, no mesmo supermercado, aponta mudanças significativas no bolso do consumidor. A reportagem acompanhou os preços de 13 itens da cesta básica. O valor total passou de R$ 119,99 em 2021 para R$ 176,53 em 2025, um aumento de 47,12%.
Evolução do valor total da cesta básica:
- 2021 – R$ 119,99
- 2022 – R$ 155,24
- 2023 – R$ 150,86
- 2024 – R$ 159,04
- 2025 – R$ 176,53
Segundo o economista Josias Bento, a inflação de alimentos e bebidas foi um dos principais fatores.
“Nesses 5 anos, a gente teve uma volatilidade muito grande na parte da inflação, tanto na parte de alimentos e bebidas, que nos últimos 12 meses, por exemplo, foram os vilões da nossa inflação, quanto também fatores externos, né? O preço do dólar, a gente teve um dólar que saiu de R$ 3,13 para R$ 6,10 no ano passado, então isso tudo movimenta principalmente o preço dos alimentos", comenta Bento.
O levantamento mostra que café, manteiga e carne bovina puxaram alta de preços.
Comparação de preços entre 2021 e 2025
Produto | 2021 | 2025 | Variação |
Manteiga (200g) | R$ 9,99 | R$ 17,99 | +80% |
Coxão de Dentro (1kg) | R$ 37,98 | R$ 54,98 | +45% |
Café (500g) | R$ 11,98* | R$ 36,98 | +208,68% |
Batata Branca (kg) | R$ 3,59 | R$ 3,99 | +11% |
Arroz (kg) | R$ 7,79** | R$ 4,98 | -36% |
Feijão (kg) | R$ 8,98** | R$ 6,98 | -22% |
Tomate (kg) | R$ 7,99 | R$ 7,99 | 0% |
- * Estimativa com base na variação percentual informada.
- ** Valores de 2024 usados como base de comparação.
Café no mercado — Foto: Reprodução/ RBS TV
O café foi o item com maior aumento.
“Os principais produtores de café no mundo todo, como o Brasil e o Vietnã, tiveram quebras de safra. Então, quando esses países tiveram quebras de safra, o mercado financeiro também especulou em relação ao preço do café e fizeram esse preço subir mais do que o mercado realmente esperava”, explica Bento.
Segundo ele, a normalização da oferta pode levar de seis a oito meses.
Desde 2018, a empresária Maia Lebedeff administra um restaurante em Porto Alegre e enfrenta o desafio de equilibrar os custos dos ingredientes com o valor cobrado no buffet:
“A gente tem um custo, o CMV, o custo da mercadoria vendida, esse percentual é que a gente calcula sobre o nosso faturamento. Quanto maior o custo da mercadoria vendida, menor é o nosso faturamento”, explica Maia .
Nos últimos cinco anos, ela precisou reduzir a oferta diária de carne bovina.
“Temos que fazer uma gincana porque tem que escolher o dia da carne vermelha e aí a gente vai jogando com suíno, com frango, mas sem perder a qualidade", revela.
Por outro lado, arroz, feijão e batata branca registraram queda.
“Essa boa notícia do feijão principalmente é em relação à sua safra de feijão, né? Ela está cada vez com mais ofertas de feijão e faz com que as pessoas consigam consumir mais também”, diz o economista.
Frutas no mercado — Foto: Reprodução/ RBS TV
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