Como o Brasil pode ser atingido por ameaça de Trump em taxar Rússia em 100%

"Uma das razões pelas quais você [Rutte] está aqui hoje é porque estou muito insatisfeito com a Rússia", disse Trump, que nas últimas semanas expressou crescente frustração com a recusa de Putin em interromper os ataques à Ucrânia.
"Vamos aplicar tarifas muito severas se não chegarmos a um acordo em 50 dias. Tarifas de cerca de 100%, que chamaríamos de tarifas secundárias", acrescentou.
As tarifas secundárias são impostas a outros países ou entidades que mantêm comércio com uma nação sancionada, neste caso a Rússia. Ele não mencionou o Brasil em sua ameaça, mas o país é grande comprador de itens como fertilizantes e óleo diesel russos.
Além disso, Trump está em pé de guerra com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem enviou na semana passada uma uma carta na qual afirma que começará a cobrar uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras.
Como pano de fundo da ameaça, estão fatores como a pressão das gigantes da internet, como Meta e Google, em relação à decisão da Justiça brasileira de ampliar a responsabilização das plataformas de redes sociais sobre o conteúdo postado por terceiros. Trump mencionou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado - classificado por ele como uma perseguição - como uma das justificativas para a sanção.
No encontro desta segunda com Rutte, Trump disse também que chegaram a um acordo para vender armas aos países da Otan. O representante da aliança militar afirmou que esses membros repassarão parte desse armamento à Ucrânia, marcando a retomada da ajuda dos Estados Unidos a Kiev. Entre as entregas prometidas, estão sistemas antimísseis Patriot, o dispositivo de defesa mais avançado que o Ocidente já enviou à Ucrânia, e cada unidade custa cerca de 3 milhões de euros (R$ 19,5 milhões) - a serem pagos pela União Europeia (UE), segundo o presidente americano.
uol