<![CDATA[ O hotel onde tudo se passa... até o amor ]]>
![<![CDATA[ O hotel onde tudo se passa... até o amor ]]>](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fcdn.cmjornal.pt%2Fimages%2F2025-06%2Fimg_1280x721uu2025-06-11-18-08-12-2215624.jpg&w=1920&q=100)
Uma espécie de ‘dramédia’. É assim que Hermano Moreira, realizador de ‘Hotel Amor’, gosta de intitular aquela que é a sua segunda longa-metragem, e que chega às salas de cinema a 19 de junho com Jéssica Atahyde, Margarida Corceiro, Júlia Palha, Francisco Froes, Vera Moura e Susana Blazer nos principais papéis.
Uma comédia romântica passada num hotel à beira do colapso, onde todos os encontros e desencontros, falhas e imponderáveis acontecem, filmada em plano-sequência aos longo de 16 intensos dias no mítico Hotel Roma, na cidade de Lisboa, que durante todo este tempo esteve em pleno funcionamento.
Jéssica Athayde é Catarina, a protagonista de um filme que faz rir e também dá que pensar. A sua vida complica-se quando o hotel é vendido e a sua gerência é posta em causa por uma nova responsável (Vera Moura), disposta a tudo para que as suas falhas se evidenciem. Para ajudar tem a ‘colaboração’ de uma equipa pouco empenhada (a começar em Júlia Palha, a rececionista mais preocupada com o telemóvel do que com os hóspedes) e ainda enfrenta o regresso inesperado do ‘ex’ (Francisco Froes) que traz na bagagem um passado que julgava já estar enterrado.
O embrião da ideia surgiu ali mesmo, no cenário real, quando o realizador brasileiro Hermano Moreira, residente em Portugal há oito anos, filmava uma série de anúncios publicitários para a unidade hoteleira. "Sempre achei muito interessante a possibilidade de explorar ficcionalmente a ideia de um espaço tão pequeno, como um hotel, poder agregar uma diversidade tão grande de pessoas e as histórias pessoais que isso permite contar", relatou ao CM.
Gravado em tempo-recorde, exatamente três semanas, com cinco dias de folga pelo meio, o que resulta em apenas 16 dias de filmagens, fazer 'Hotel Amor' foi um risco e um enorme desafio.
O Roma estava cheio, quando a equipa de filmagens assentou arrais, fazendo com que elenco, staff e hóspedes se cruzassem permanentemente. Um ‘entrave’ maior ainda, quando se pretendia sequências e planos únicos, alguns com cerca de 15 minutos de duração. “Toda a gente tem de saber muito bem o tempo certo de entrada, o elevador não pode ficar parado a meio, a cozinha tem de ter o ruído certo... com a dificuldade dos hóspedes andarem por ali a circular e com todo o direito! Houve muitos ensaios antes, mas também há mais espaço para o improviso", recorda.
Houve cenas interrompidas, claro. Uma porque um hóspede olhou diretamente para a câmara, outra porque o visitante se assustou com o aparato ao sair do elevador, mas a alma do projeto também passa por aí: "O mais difícil é acertar. Filmar em plano-sequência é dar primazia à narrativa, e não ao perfeccionismo, pois ninguém vai deitar fora e refazer um plano que correu bem, só porque o ângulo podia ser um bocadinho mais ao lado".
E tal como na rodagem, o cineasta tinha também planos bem definidos para quanto a película chegasse agora às salas: “quero que as pessoas se divirtam mas que também se questionem sobre esta temática muito atual no domínio do trabalho: porque é que somos workaolics e como é que nos habituamos a ser assim".
cmjornal