Mônica Bergamo: Moraes determina que acareação entre Braga Netto e Cid não seja gravada

A acareação entre o general Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid, nesta terça (24), não será gravada.
Por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, ela será registrada apenas na forma de ata.
A decisão do magistrado surpreendeu alguns defensores, já que até agora todos os depoimentos de réus e testemunhas do processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil tinham sido registrados em áudio e vídeo.
A acareação, no entanto, não está prevista no rito de direito de defesa do réu. Ela não é obrigatória, podendo ser marcada pelo juiz apenas para esclarecer dúvidas e contradições no processo.

Braga Netto e Mauro Cid, que já foram muito amigos, estarão hoje cara a cara no STF para que Alexandre de Moraes esclareça contradições insuperáveis dos dois depoimentos —e conclua quem está ou não dizendo a verdade.
Em sua delação premiada, o tenente-coronel acusou Braga Netto de fazer uma reunião com um grupo de militares com a intenção de promover distúrbios no país que impulsionassem um golpe Estado.
Posteriormente, Braga Netto teria entregue a Cid no Palácio da Alvorada —a residência oficial do presidente da república— uma caixa de vinho com R$ 100 mil dentro para que fossem distribuídos para os Kids Pretos, que promoveriam os distúrbios.
A defesa de Braga Netto nega e diz ter como provar que Cid está mentindo.
Advogados de outros réus poderão assistir à acareação e fazer perguntas.
Os dois réus, por sua vez, não podem tocar em outros temas distintos da reunião e da suposta entrega do dinheiro.
uol