Sete dias por semana

1 Governo. Tendo em conta o resultado eleitoral e a curta vigência do Governo anterior não havia razão para protelar muito a sua constituição como se constatou. São poucas as alterações mas algumas com significado, como é o caso de juntar a Coesão e a Economia para evitar guerra de capelinhas. Ou a criação de uma secretaria de Estado para a Imigração, uma área demasiado sensível para não ter “dono”. Mas, a mais importante alteração - como se confirmou no discurso de posse de Luís Montenegro - é a criação de um Ministério da Reforma do Estado. Como bem sabemos, a carga burocrática que existe em Portugal afasta muitos investimentos (mata, pelo caminho, outros tantos) e é um dos principais motivos para a alta taxa de corrupção no país. Agora há que passar da teoria à prática.
2 Política. No campo partidário foi novidade política a demissão de Rui Rocha depois do resultado das legislativas da Iniciativa Liberal ter ficado aquém das expectativas apesar de ter crescido (mais um deputado e mais 20 mil votos) face ao resultado de 2024. Rocha abre assim caminho a uma renovação interna para tentar melhorar a prestação do partido. Já entre os partidos que perderam representatividade parlamentar, Pedro Nuno Santos foi o único a bater com a porta. Já no Bloco de Esquerda (passou de 282 mil votos para 125 mil - menos de metade!) e no PCP (desceu de 205 mil votos para 183 mil) tudo vai bem e recomenda-se.
3 Presidenciais. E se, aparentemente, a sucessão de Pedro Nuno Santos parece estar entregue a José Luís Carneiro, no PS antevê-se novo “problema” com a entrada em campo de António José Seguro que esta semana se assumiu candidato a Belém. Aliás, o apoio de Rui Rio ao Almirante Gouveia e Melo também causará estragos dentro do PSD que apoia Marques Mendes, mas Montenegro vai, certamente alegando a sua posição governativa, tentar manter-se ao lado desta questão numa semana em que efetivamente Gouveia e Melo já se mostrou bastante ativo.
4 EUA. Ainda no campo político, mas lá por fora, nem seis meses durou a presença de Elon Musk na equipa de Donald Trump e o “divórcio” entre ambos está a ser feito com o “estrondo” que caracteriza os dois, como se viu na troca de acusações desta semana. Musk, que foi um dos grandes financiadores do presidente dos EUA, além de criticar as opções políticas do presidente dos EUA disse mesmo que Donald Trump está incluído nos arquivos do criminoso sexual Jeffrey Epstein e que é essa a razão pela qual os documentos não foram divulgados. Uma “novela” que vai certamente ter mais episódios.
5 Turismo Anadia acolheu, esta semana, o Forum Vê Portugal onde se debateu a estratégia nacional do turismo interno. Foi a primeira vez que se juntaram, neste fórum, as várias entidades regionais de turismo numa “aliança” que reforça a importância deste evento que, para o ano, admite juntar ainda as “vozes” de Açores e Madeira. Ainda no Turismo, destaque para a recondução de Pedro Machado como secretário de Estado do Turismo, que nesta legislatura vai ainda acumular as “pastas” do Comércio e Serviços.
6 Futebol. A seleção nacional de futebol deu esta semana mais uma prova da sua valia com uma vitória, clara, em solo alemão que garantiu o apuramento para a final de amanhã da Liga das Nações. Um jogo desbloqueado pelo conimbricense Francisco Conceição e depois confirmado pelo herói do costume, Cristiano Ronaldo. Uma dupla que mostra que, mais uma vez, a transição de gerações está a ser bem feita (a contestação a Martinez faz pouco ou nenhum sentido) e longe vão os tempos em que o simples apuramento para uma prova internacional era motivo de festa nacional.
7 Académica. Joaquim Reis é o novo presidente da Académica depois de vencer, com margem “confortável”, umas eleições “históricas” na Briosa que há cerca de 50 anos não tinha três candidatos a disputar a sua liderança. A equipa de Joaquim Reis não tem tarefa fácil pela frente mas tem a vantagem de liderar uma instituição histórica com um potencial enorme. Aliar o rigor financeiro ao sucesso desportivo é o grande desafio destes próximos três anos. Noutro “campo”, cabe-lhe também colocar de novo a Académica de boas relações com as várias instituições da cidade. O que se passou, há cerca de um ano, com o acordo de utilização do Estádio Cidade de Coimbra - que ontem foi palco de mais um memorável concerto - é tudo aquilo que não deve acontecer na cidade.
diariocoimbra