"Há coisas que ultrapassam todos os limites"

29 anos depois de o Benfica de Mário Wilson ter batido o Sporting de Octávio Machado por 3-1, na última final entre ambos no Jamor, o Benfica de Bruno Lage sucumbiu-se perante o Sporting de Rui Borges pelo mesmo resultado. Três anos depois perder frente ao Sp. Braga, os encarnados voltaram a cair na decisão da Taça de Portugal levam agora três finais consecutivas sem vencer. A última vitória aconteceu em 2017 e, no século XXI, as águias levantaram a Prova Rainha em apenas três ocasiões (2004, 2014 e 2017). São muitos os números que demonstram que o clube mais titulado da competição, com 26 vitórias, tem passado ao lado da mesma no passado-recente. Aconteceu o mesmo este domingo, mesmo depois de ter chegado aos descontos em vantagem (1-3, a.p.).
A final propriamente dita acabou por ficar marcada por motivos bastante distintos. A começar por Di María, o astro argentino despediu-se este domingo das competições nacionais e, frente ao Sporting, só foi opção no prolongamento, mostrando que ainda não está totalmente recuperado dos problemas físicos que sofreu recentemente. Ao longo da partida, El Fideo mostrou que queria ser opção, mas acabou o jogo em lágrimas e sem conseguir contrariar a superioridade leonina no marcador. No final foi consolado por praticamente todos os companheiros de equipa, à exceção do treinador Bruno Lage.
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Já bem para lá do apito final de Luís Godinho, Rui Costa marcou presença na zona mista do Estádio Nacional e, aos jornalista, contestou a arbitragem. “Foram duas semanas muito difíceis para nós. Perdemos o Campeonato, onde lutámos até à última jornada e perdemos uma final da Taça de Portugal onde não bastou ser superior. Fomos superiores o jogo todo. Acabámos por sofrer um golo no último lance dos descontos, que duraram 10 minutos. Vocês conhecem-me há muitos anos, não tenho o hábito de passar as minhas responsabilidades para os outros. Cá estarei sempre a admitir a responsabilidade pelos falhanços. Não tenho sido um presidente quezilento, raramente falo de arbitragens e muitas vezes até sou penalizado internamente pelos meus por me manifestar sobre as arbitragens. É uma forma de estar no futebol, mas onde parece que há muita gente que não quer que assim seja. Há situações que ultrapassam todos os limites”, começou por dizer o presidente encarnado.
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“Peço-vos para analisarem encarecidamente o lance aos 90+5′, na linha de fundo, onde o Belotti, no chão, é agredido por dois jogadores do Sporting, primeiro com uma cotovelada deliberada na cabeça e, não bastando isso, por um pisão deliberado e propositado na cabeça, num lance em que a falta ainda foi contra o Benfica. Por mais responsabilidades que tenhamos, por mais responsabilidades que eu internamente tenha de avaliar — até comigo mesmo —, há coisas que ultrapassam todos os limites. Faz-me muita confusão como é que um VAR que consegue marcar simulação ao Dahl e anula o segundo golo do Benfica não consegue ver uma dupla agressão a um jogador do Benfica e ainda nesse lance ainda surge uma falta contra nós. Aos 95 minutos, o Otamendi levou uma cotovelada na cara de um jogador do Sporting que já tinha amarelo e o jogo continuou. São lances a mais numa fase crucial do jogo para não se meter em questão aquilo que se passou aqui hoje. Há que olhar para o futebol português. Um lance desta natureza a favor do Benfica o que não dava para falar durante toda a semana…”, acrescentou Rui Costa, que já tinha expressado a sua insatisfação a… Luís Montenegro, na tribuna.
Rui Costa explica ao Primeiro-Ministro Luís Montenegro o que falhou ????#sporttvportugal #TAÇAnaSPORTTV #TaçadePortugal #SLBenfica #SportingCP pic.twitter.com/EwXWZuWn5O
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“Espero que os responsáveis da arbitragem, os responsáveis dos árbitros analisem este jogo e como é que um VAR que consegue anular duas situações ao Benfica não consegue ver dois lances destes. Provavelmente vai ser premiado e passará a ser o condutor do VAR em Portugal. Tentei e procurei ser um presidente da dimensão do Benfica, que fosse responsável e tentasse ajudar neste capítulo do futebol português. Estamos a falar de duas agressões claras e evidentes, que não foram vistas pelo bandeirinha [assistente] e pelo VAR. Acho extraordinário e há limites para tudo. Não era assim que queria estar hoje, nem os benfiquistas, mas há alturas em que transborda tudo. Peço desculpa aos benfiquistas por não ser um presidente que gosta de falar muito de arbitragens, que gosta de falar para dentro, de analisar os erros internamente e de procurar que os jogadores não tenham esse desconforto. O que se passou aqui hoje é de uma análise profunda do futebol português”, concluiu, antes de voltar a criticar o tempo de compensação na segunda parte.
observador