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Cleo Diára vence Melhor Atriz na secção Un Certain Regard em Cannes

Cleo Diára vence Melhor Atriz na secção Un Certain Regard em Cannes

© Lusa

Lusa

Cleo Diára, nascida em Cabo Verde, conquista o primeiro prémio de interpretação para uma produção portuguesa, naquela secção paralela do Festival de Cannes.

Hoje, em declarações ao enviado da Antena1 a Cannes, Cleo Diára manifestou gratidão pelo prémio e fez questão de lembrar que é "uma imigrante em Portugal no momento em que os imigrantes não são bem-vindos."

"Então eu quero que fique bem assente que eu sou uma imigrante". E acrescentou: "No modo geral, quero que todas as raparigas e mulheres negras da periferia nunca se esqueçam de que a utopia é o último estágio antes da possibilidade do real."

Cleo Diára, formada pela Escola Superior de Teatro e Cinema, tem trabalhado com estruturas como Aurora Negra e A Missão da Missão. No cinema, fez parte do elenco de filmes como 'Diamantino', de Gabriel Abrantes, 'Verão Danado', de Pedro Cabeleira, e 'Nha Mila', de Denise Fernandes.

"O seu percurso artístico afirma-se como um espaço de resistência, memória e transformação", indica a sua biografia.

'O Riso e a Faca', coprodução entre Portugal, Brasil, França e Roménia, segue a história de Sérgio, um engenheiro ambiental português que vai trabalhar numa organização não-governamental em África no projeto de uma estrada entre o deserto e a selva.

Além de Cleo Diára o filme conta com interpretações de Sérgio Coragem e Jonathan Guilherme.

'O Riso e a Faca' é a segunda longa-metragem de ficção de Pedro Pinho, depois de 'A Fábrica do Nada', também estreada em Cannes em 2017, onde recebeu o Prémio Fipresci.

Hoje, a TerraTreme, produtora portuguesa de 'O Riso e a Faca', tomou o prémio como exemplo para recordar que o cinema se produz "a partir da experimentação" e que "este filme, como tantos outros, é uma tentativa", por não se limitar "a fórmulas pré-existentes".

"Para podermos estar aqui, dependemos de dezenas, centenas de cineastas, atores, técnicos que fizeram as suas próprias tentativas e experimentações. O seu esforço, o seu risco e a sua inventividade alimentaram-nos", afirma a TerraTreme em comunicado, numa reação ao prémio.

A produtora alerta que, "no programa dos partidos que poderão vir a compor o próximo governo, há sinais alarmantes de os apoios públicos ao cinema em Portugal estarem em risco de sofrer transformações estruturais que põem em causa a possibilidades desta experimentação", e por isso apela "a todos que estejam atentos [...] para impedir que tal venha a acontecer."

O prémio de Melhor Realização de Un Certain Regard foi para os cineastas palestinianos Arab e Tarzan Nasser, pelo filme 'Era uma vez em Gaza', que tem coprodução minoritária de Portugal, através da Ukbar Filmes, que já tinha participado no filme anterior de ambos, 'Gaza, meu amor'.

Num encontro com os jornalistas em Cannes, esta semana, os realizadores agradeceram a exposição mediática que é dada ao seu cinema, mas alertaram para a forma como a comunidade internacional e a indústria cultural estão a olhar o drama humano na Palestina.

"A história da Palestina é muito antiga e o mundo sempre esteve a ver", mas "nem sempre olha para os palestinianos como seres humanos", lamentaram.

Hoje, ao receberem o prémio, Arab Nasser e Tarzan Nasser saudaram a "Palestina livre".

Nesta secção paralela do Festival de Cannes, o Prémio Un Certain Regard foi para o filme de estreia de Diego Céspedes, 'La Misteriosa Mirada del Flamenco'.

O Prémio do Júri distinguiu 'Un Poeta', de Simon Mesa Soto, o Prémio de Melhor Ator foi para Frank Dillane, por 'Urchin', de Harris Dickinson, e o Prémio de Melhor Argumento, para Harry Lighton, por 'Pillion'.

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