Morte de Sebastião Salgado ganha destaque em imprensa mundial

O falecimento de Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos do mundo, ganhou destaque na imprensa italiana e internacional nesta sexta-feira (23), com relatos que destacam seu lado "lendário" a "um dos documentaristas mais importantes de sua época", sem se esquecer de sua opinião sobre as cidades de Milão e Roma.
A emissora pública italiana Rai definiu o profissional brasileiro como "fotógrafo por vocação, testemunha por opção, ele narrou ao mundo em preto e branco, transformando sofrimento em memória e beleza em consciência".
Já o jornal La Repubblica disse que as "fotos ambientais" do "grande fotógrafo" "mudaram a maneira como vemos o mundo".
Por sua vez, o Corriere della Sera, além da notícia de seu falecimento, também republicou uma entrevista com Salgado realizada em março de 2023. Ao responder uma pergunta sobre como se sentia na Itália, o fotógrafo disse: "Estou muito bem na Itália. Principalmente aqui em Milão, uma cidade muito mais calma do que Roma".
Quanto à mídia em outros países, o jornal americano The New York Times lembrou que o mineiro ficou "conhecido por suas imagens impactantes da natureza e da condição humana, sendo considerado um dos fotógrafos documentaristas mais importantes de seu tempo".
Referindo-se ao "lendário" Salgado, a britânica BBC citou alguns de seus trabalhos mais marcantes em âmbito global, como "o genocídio de Ruanda em 1994, a queima de campos de petróleo no final da Guerra do Golfo em 1991 e a fome na região do Sahel, na África, em 1984".
Ao citar a Academia Francesa de Belas Artes, da qual o fotógrafo brasileiro fez parte por ter morado em Paris desde a década de 1960, o jornal Le Monde explicou que "Salgado concebeu a fotografia como uma linguagem poderosa para tentar estabelecer melhores relações entre humanos e natureza". O veículo lembrou ainda que ele também tinha cidadania francesa.
Por sua vez, a agência EFE destacou que o falecimento do mineiro ocorre no mesmo dia que o prêmio espanhol "Princesa de Asturias de las Artes 2025" foi concedido à fotógrafa mexicana Graciela Iturbide.
"Eles [Salgado e Iturbide] foram os únicos que receberam a honraria em seus 45 anos de história", explicou a EFE.
Salgado faleceu nesta sexta aos 81 anos vítima de leucemia, após contrair um tipo específico de malária em 2010 na Indonésia.
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