Um negócio lateral que nasceu entre as conversas por Chico

Há três semanas, o futuro de Alberto Costa parecia ter apenas dois possíveis destinos: ou ficava na Juventus ou regressava a Portugal via Sporting. O que estava a prender esses cenários? Por um lado, a possibilidade de Igor Tudor querer ficar com o lateral contratado ao V. Guimarães, dando continuidade à aposta no final da Serie A e no Mundial de Clubes. Por outro, a hipótese de haver um reforço da aposta dos leões num jogador há muito referenciado que poderia agora valer mais três milhões do que não quiseram pagar em janeiro por haver outro contexto na abordagem à contratação. Nesse hiato, as conversações por Francisco Conceição também se foram intensificando, com a Vecchia Signora a tentar baixar o preço. Aí, tudo foi mudando.
O internacional português acabou por ser contratado por 32 milhões de euros, abdicando dos 20% a que teria direito da transação como ficara definido no último contrato assinado com o FC Porto (algo que fará com que tenha um prémio de assinatura diluído mais alto como “compensação”), mas os clubes foram trabalhando sobre a possibilidade de haver um outro negócio à parte que desviasse Alberto Costa da rota de Alvalade sem que os dragões fossem obrigados a um investimento avultado. João Mário entrou na equação.
Fabrizio Romano avançou com a possibilidade de haver uma espécie de “troca” mesmo que não direta e em negócios paralelos na segunda-feira à noite, com Alberto Costa a chegar ao FC Porto por uma verba de 15 milhões de euros e João Mário a rumar à Juventus num acordo feito por 12 milhões de euros. Ou seja, os azuis e brancos teriam apenas de pagar três milhões de euros aos italianos, a que vai acrescer ainda mais um milhão por objetivos desportivos. Em menos de 48 horas, a ideia ainda teórica passou à prática.
Alberto Costa pode baixar o ordenado para regressar a Portugal, João Mário vai aumentar o salário em relação às condições que tem agora no FC Porto e tudo aponta para que o negócio seja anunciado em breve, com mais uma situação resolvida no plantel à ordem de Francesco Farioli que ficará com o jogador lançado por Rui Borge no V. Guimarães e Martim Fernandes como opções para o lado direito da defesa. Já João Mário vai deixar o seu clube de sempre depois de ter começado na Sanjoanense, tendo a primeira aventura no estrangeiro aos 25 anos numa Juventus que já seguia o jogador em temporadas anteriores.
Alberto Costa será a sexta cara nova confirmada no Dragão em 2025/26 depois das contratações de Gabri Veiga, João Costa, Dominik Prpic, Borja Sainz e Victor Froholdt, num total de 67,8 milhões de euros que já foram investidos e que sobem aos 93,1 milhões juntando-se as opções de compra de Nehuén Pérez (90%) e Samu (os restantes 50% do passe que pertenciam ao Atl. Madrid). Em contrapartida, e depois das vendas de Galeno e Nico González em janeiro por 110 milhões de euros – que não entraram na totalidade nos cofres azuis e brancos, pelas mais valias que o Barcelona tinha sobre o médio –, a SAD dos dragões já encaixou 42 milhões com Francisco Conceição e Gonçalo Borges, a que se juntam mais 12 milhões de João Mário.
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