Judo/Mundiais: Catarina Costa lamenta não ter procurado um terceiro castigo

A judoca Catarina Costa lamentou hoje ter atacado, em vez de esperar por um terceiro castigo à sua adversária, no prolongamento do primeiro combate nos Mundiais em Budapeste, em que acabou por perder com Szabina Szelecki.
“A estratégia devia ter sido outra, devia realmente ter ido para o terceiro castigo, que eu sou boa (…). Antes do combate, tínhamos combinado de ir mais pela qualidade e pela eficácia dos ataques e foi isso que eu também procurei marcar, mas fui ali contra-atacada no ‘kata guruma’ que tentei fazer”, lamentou.
Catarina Costa, que se apresentou nos Mundiais como oitava cabeça de série na sua categoria de peso (-48 kg), teve a pior estreia possível nesta competição, em que, ao longo da carreira, até já esteve por duas vezes na luta por medalhas (2018 e 2024).
No rescaldo, a judoca admitiu que quis ter uma postura de ataque e não esperar que a sua adversária, que estava tapada com ‘shidos’ [castigos] voltasse a ser penalizada pela arbitragem e fosse, por isso, eliminada.
“Optei depois por uma estratégia que estava a resultar [Szelecki sofreu castigos aos 3.12 minutos e 4.48] e devia ter, provavelmente, seguido com isso até ao fim e, se calhar, ganhar de uma maneira não tão bonita, ganhar por castigos e não tentar a projeção”, reforçou.
No plano teórico, tudo indicava que a espanhola Eva Perez Soler (23.ª) deveria ser a sua adversária na segunda ronda, mas foi a húngara Szabina Szelecki, 81.ª do ranking mundial, com quem nunca tinha lutado, a seguir em frente.
“Preparámos-nos um bocadinho melhor para essa atleta espanhola, mas, obviamente, vimos também a atleta húngara. Depois, lá está, com alguma surpresa a atleta húngara passou. Tivemos um bocadinho menos tempo para ver o combate, mas ainda assim sabia o que é que ela tinha feito, mas nunca tinha lutado com ela, nem em estágio, nem em prova. E pronto, quando nós não conhecemos uma atleta, por muito que a estudemos, as sensações no combate são sempre diferentes do que aquilo que nós conhecemos”, admitiu.
No final, a judoca da Académica reiterou que a saída de competição é das piores sensações que se podem ter, sobretudo quando existe uma noção de que o trabalho foi bem feito e que estava preparada para ter outro resultado.
“Aqui, o que me deixa mesmo mais triste, e com pena, é que de todos os primeiros combates que tenho feito ultimamente, realmente senti-me muito bem. A preparação foi longa, foi dura, estava muito bem aqui fisicamente, senti-me bem, senti-me ainda com muito para dar e quando o atleta sai do tapete com essa sensação é realmente das piores sensações que podemos ter”, referiu a judoca.
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