Unesco quer reforçar educação sexual de 30 mil estudantes

A Unesco vai reforçar a educação sexual de 30 mil estudantes em duas províncias moçambicanas, disponibilizando informações e competências que contribuem para a prevenção de gravidezes precoces, violência baseada no género e infeções pelo VIH.
“A iniciativa deverá beneficiar cerca de 30.000 estudantes, incluindo mais de 12.000 raparigas, proporcionando informações corretas e competências de vida que contribuem para a prevenção de gravidezes precoces, violência baseada no género e infeções pelo VIH”, refere-se numa nota da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
De acordo com aquela agência da ONU, a iniciativa contou com a formação inicial de 132 gestores escolares e delegados de disciplina, na última semana, nos distritos de Pebane e Mocuba, na província de Zambézia, e Ilha de Moçambique, em Nampula, através do programa conjunto “Rapariga Biz”.
“A formação de cinco dias fortaleceu as competências dos participantes para ministrar Educação Sexual Abrangente (ESA) de qualidade e adequada à idade, tanto no currículo como em atividades extracurriculares”, referiu.
A Unesco avançou ainda que a iniciativa é organizada em colaboração com o Ministério da Educação e Cultura, as direções provinciais e distritais de educação, Institutos de Formação de Professores e universidades parceiras.
“Esta parceria reforça o compromisso de Moçambique em promover a saúde e o bem-estar de adolescentes e jovens, [para] reforçar a educação em sexualidade abrangente em Zambézia e Nampula”, concluiu.
Moçambique registou mais de 9.000 casos de violência baseada no género (VBG) e de 4.000 casos de violência doméstica no primeiro semestre do ano, foi anunciado em 22 de julho pelas autoridades locais.
Em todo o ano de 2024, segundo dados divulgados em março passado pelo Governo, Moçambique registou mais de 20 mil casos, sendo, na maioria, casos de violência doméstica contra mulheres.
Nos primeiros seis meses do mesmo ano, as autoridades moçambicanas ajudaram 616 menores vítimas de casamentos prematuros a regressarem às famílias ou a serem colocadas em “proteção alternativa”, de acordo com dados oficiais.
Num relatório do Governo de balanço dos primeiros seis meses de 2024 é referido que duas províncias concentraram a maioria destas reunificações de menores: Nampula (299), no norte, e Manica (176), no centro.
“Ainda neste contexto, destaca-se a assistência de 449 raparigas vítimas de uniões prematuras reintegradas na escola, de um plano de 336”, refere-se no documento, neste caso com a província de Manica a liderar, com 204 casos.
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