Federação União-PP critica pacote fiscal do governo para o IOF e cobra corte de despesas

A Federação União Progressista fez duras críticas à proposta alternativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao aumento do IOF. O texto, que será apresentado por meio de uma Medida Provisória (MP), vem sendo apontado como um novo pacote fiscal e prevê alta imediata de impostos sem contenção de gastos. Em nota, lida nesta quarta-feira (11), pelo presidente do União Brasil, Antônio Rueda, os partidos afirmaram que o atual governo criou uma "escalada de desequilíbrio fiscal".
"Contas públicas não é só criar impostos, é cortar desperdícios urgentes. A cada novo rombo do orçamento, o governo sobrecarrega a sociedade e os que mais produzem, com impostos. Taxar, taxar, não pode e nunca será a saída, é preciso cortar despesas", ressaltou Rueda, em coletiva de imprensa na Câmara dos Deputados.
Rueda ainda acrescenta que "ninguém ganha com um governo pesado, oneroso e pantagruélico". Também destaca que o atual governo "deveria ser o primeiro a dar exemplo de austeridade".
"As maiores economias do mundo arrecadam menos e oferecem muito mais ao seu povo. Se o governo não assumir sua parte e apresentar propostas reais de enxugar essa máquina pesada e pouco eficiente, nós não vamos aceitar entregar essas contas ao brasileiro", disse o presidente do União Brasil.
Em seguida, Rueda informou que as bancadas da federação União/PP da Câmara e do Senado vão se reunir, ainda nesta quarta, para "fechar questão contra qualquer proposta de aumento de imposto que não venha acompanhada de uma vigorosa lista de cortes e desperdícios na coluna de despesas".
"É preciso entender que não são duas e apenas uma coluna de orçamento, receita e despesa. Só aceitaremos examinar qualquer discussão fiscal se a coluna de despesas estiver no centro do debate", acrescentou.
Ciro propõe que federação proíba apoio ao governo LulaApós a fala de Rueda, o presidente do Progressista, senador Ciro Nogueira (PP-PI) criticou duramente a condução da política econômica pelo governo Lula e defendeu que a futura federação entre partidos de oposição discuta, em seu estatuto, a proibição de que integrantes assumam cargos no Executivo. Segundo ele, a legenda não se furtará ao diálogo institucional, mas não aceitará aumento de impostos sem previsibilidade e eficiência na gestão pública.
"O que falta a esse país hoje, ao governo, é transparência, previsibilidade e competência para gerir esse atual momento. Toda medida que não vier com corte de despesa, a gente não vai discutir", disse Nogueira.
O senador ainda fez menção direta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que apesar de ter consideração por ele, mantém uma “radical divergência” com a condução econômica atual.
“Chegou o momento dos Três Poderes — não só o Executivo, mas também o Legislativo e principalmente o Judiciário — darem sua contribuição e cortarem suas despesas", afirmou cobrando o andamento da votação do projeto dos "supersalários" no serviço público que aguarda votação no Senado.
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