Mercados aguardam decisão da Fed sobre taxas de juro

Esta semana será marcada pela decisão da Reserva Federal norte-americana (Fed) sobre as taxas de juro. Este evento tem o potencial de adicionar mais volatilidade aos mercados financeiros depois de uma semana passada bem agitada com o acordo entre Estados Unidos e China, no campo comercial, na quarta-feira, que levou a um atenuar das tarifas entre os dois países, e também com os efeitos do ataque de Israel ao Irão, na sexta-feira.
Esta quarta-feira será um momento de tensão para os mercados financeiros quando o presidente da Fed, Jerome Powell, subir ao palco e anunciar a sua decisão sobre as taxas de juro. Os analistas de mercado têm a expetativa de que sejam mantidas as taxas de juro entre os 4,25% e os 4,50%. A última descida das taxas de juro nos Estados Unidos aconteceu em dezembro quando estas baixaram em 0,25 pontos percentuais (p.p.).
Quarta-feira traz também a divulgação de vários indicadores económicos de relevo. Nesse dia teremos ainda os dados da inflação na União Europeia e no Reino Unido, dados relativos ao desemprego nos Estados Unidos, e também os inventários de crude (petróleo).
Na segunda-feira o Banco Central do Japão (BOJ), liderado por Kazuo Ueda, decide o rumo das suas taxas de juro e na terça-feira são divulgados dados sobre o setor do retalho norte-americano. Na quinta-feira é a vez do Banco Central da Suíça (BNS), com liderança de Thomas Jordan, tomar decisões relativamente às taxas de juro.
Semana marcada por acordo comercial e ataque de IsraelA semana passada foi marcada nos mercados financeiros por dois eventos. Primeiro vieram as boas novas com o anúncio do acordo comercial entre China e Estados Unidos, na quarta-feira. Isto resultou na baixa das tarifas dos Estados Unidos à China para os 55% e o baixar das tarifas entre China e Estados Unidos para os 10%.
Contudo as boas novas não duraram muito tempo. Isto porque na sexta-feira (48 horas depois) o mundo foi presenteado com o ataque de Israel ao Irão que acabou por mergulhar os mercados financeiros no vermelho.
No encerrar da sessão de sexta-feira a bolsa portuguesa e os principais mercados financeiros foram ao vermelho. O índice português PSI fechou sexta-feira a perder 0,64%. Pela Europa, o FTSE MIB (Itália) desceu 1,24%, o IBEX 35 (Espanha) caiu 1,23%, o DAX (Alemanha) quebrou 1,09%, o CAC 40 (França) desceu 1,04%, o FTSE 100 (Reino Unido) desvalorizou 0,36%, e o AEX (Países Baixos) caiu 0,84%.
O vermelho alastrou-se na sexta-feira também a Wall Street com o S&P 500 a cair 1,12% para os 5.977 pontos, o Dow Jones a descer 1,79% para 42.197 pontos, e o Nasdaq desvalorizou 1,30% para os 19.406 pontos.
Na sexta-feira o petróleo escapou às perdas chegando a negociar, durante o dia com uma valorização superior aos 8%. Quem beneficiou com isso foram as cotadas energéticas enquanto que as companhias aéreas acabaram penalizadas com o decretar do encerramento do espaço aéreo devido ao ataque de Israel ao Irão.
Em termos semanais o S&P 500 caiu 0,46%, o Dow Jones quebrou 1,38%, e o Nasdaq desceu 0,85%. Pela Europa o DAX caiu 3,03%, o CAC 40 desvalorizou 1,43%, o FTSE 100 valorizou 0,14%, o IBEX 35 caiu 2,23%, o AEX desceu 0,55%, o FTSE MIB caiu 2,86% e o PSI valorizou 0,29%.
Nos mercados europeus a semana passada também ficou marcada pela ascensão (novamente) da Novo Nordisk à posição de empresa mais valiosa da Europa, ultrapassando a SAP. O pódio é finalizado pela ASML.
jornaleconomico