Ordem leva 37 sociedades de revisores de contas a “exame”

Já são conhecidos os resultados do sorteio público de controlo de qualidade realizado pela Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC). Serão escrutinadas, ao todo, mais de três dezenas de sociedades de revisores oficiais de contas, num processo que tem promovido maior transparência nesta atividade. Virgílio Macedo, bastonário da OROC, considera, porém, que é preciso “romper com o atual modelo” para se continuar a garantir a “melhoria contínua dos serviços prestados”.
Este ano, vão ser alvo de controlo de qualidade 31 revisores oficiais de contas e 37 sociedades de revisores oficiais de contas, mostram os resultados disponibilizados pela OROC ao EContas. Entidades de todas as dimensões, desde as maiores, como é o caso da Grant Thornton e da Crowe, até às mais pequenas. Muitas situam-se em Lisboa, mas distribuem-se por várias zonas do país, nomeadamente Porto, Vila Nova de Gaia, Braga, Amarante ou Palmela.
Este trabalho da OROC, de verificação da aplicação das normas de auditoria em vigor, tem permitido “salvaguardar a qualidade e transparência dos serviços das Sociedades e dos Revisores Oficiais de Contas que fazem parte da Ordem”, realçou António Martins, vice-presidente do Tribunal de Contas, na sessão de abertura do sorteio público que contou igualmente com José Miguel Almeida, vogal do Conselho de administração da CMVM, no Palacete do Salitre, sede da Ordem.
No ciclo 2023/2024, os processos sem observações significativas representaram 56% do número total de processos analisados. Neste período, houve 24 processos de revisores oficiais de contas e sociedades de revisores oficiais de contas com, pelo menos, uma observação significativa e quatro com resultado insatisfatório. Um total de 28 que fica acima dos 20 observados no ano anterior.
Já Pedro Mendes, presidente da Comissão de Controlo de Qualidade, destacou o “papel extremamente importante” do mercado da auditoria, dizendo estar “otimista quanto ao crescimento dos serviços de auditoria”.
Para se conseguir continuar a garantir a qualidade dos serviços prestados, Virgílio Macedo considera, porém, que é preciso mudar o modelo de controlo, de maneira a continuar a promover a “melhoria contínua dos serviços prestados”. O bastonário da OROC ressalvou a transparência do processo e referiu “que é tempo de romper com o atual modelo de controlo de qualidade para estar alinhado com as práticas de supervisão de auditoria dos países europeus”.
De acordo com Virgílio Macedo, a “forma de fazer controlo de qualidade é uma forma que perdura desde 2015. É útil, mas penso que não atinge os objetivos”, concluindo que se “deve aproveitar o término do atual ciclo para que em 2027 se inicie um novo ciclo, com um novo método”.
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