Plano Safra: Governo anuncia R$ 516 bilhões para médios e grandes produtores

O governo federal apresentou, nesta terça-feira 1, a edição 2025/2026 do Plano Safra para médios e grandes produtores, que prevê recursos de 516,2 bilhões de reais para a agricultura empresarial. Os recursos poderão ser acessados para garantir operações de custeio, comercialização de produtos e investimento.
O valor é 1,5% maior que o do Plano de 2024/2025, quando os investimentos chegaram a 508,6 bilhões de reais. O Plano Safra é coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que será responsável por divulgar as taxas de juros, prazos e limites de créditos para os agricultores.
Durante o evento de lançamento do programa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que pretende ‘consolidar o Brasil como celeiro do mundo’, e garantiu que o governo vai trabalhar para aliar a produção agrícola com a proteção ao meio ambiente.
“O grande sucesso não é só o aumento da capacidade produtiva ou o aumento de mercados que conseguimos. O grande sucesso é o aprendizado sobre a preservação adequada e necessária ao país, preservar nossos rios e mananciais, preservar nossas nascentes, começar a cuidar e recuperar terras degradadas, a gente vai percebendo com o tempo que está produzindo mais em menos hectares; está ganhando mais, porque aumentou a qualidade dos produtos por conta dos avanços genéticos e tecnológicos”, resumiu.
O lançamento acontece no dia seguinte à apresentação da versão do Plano Safra para a agricultura familiar, que terá financiamentos que, somados, chegarão a 78,2 bilhões de reais para o biênio 2025-2026.
Em valores nominais, este é um investimento recorde para o programa. Ao apresentar os números, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que achava que seria ‘muito difícil’ conseguir o valor recorde, com críticas ao Banco Central.
“Uma [taxa] Selic de 15% ao ano, com todo respeito ao [presidente do BC, Gabriel] Galípolo e à equipe do Banco Central, eu não consigo compreender. Temos uma inflação controlada; os gastos públicos controlados, a despeito de fake news; a renda da população crescendo; o desemprego caindo; e uma Selic de 15%”, disparou.
Também durante o evento de lançamento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os cenários externo e interno são “desafiadores” para o agronegócio, especialmente pela questão climática. Ainda assim, disse que acredita em bons resultados no campo.
“Estamos melhorando a condição das nossas rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos, para dar vazão à nossa exportação. É um trabalho que foi retomado pelo presidente Lula. Eu sei que existe uma disputa ideológica no país. Eles querem impor essa disputa. Vamos pelos resultados, ver quem está fazendo pelo empreendedorismo concreto no Brasil”, disse.
CartaCapital