Quando não há Tadej, há um Tim pronto a dar-lhes asas
A despedida dos Pirenéus teve um pouco de tudo. Depois do domínio de Tadej Pogacar (UAE Team Emirates-XRG) nas duas etapas anteriores, a principal etapa do fim de semana veio com condições climatéricas adversas e voltou a ter o triunfo da fuga, por entre a despedida de Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) em lágrimas, a queda aparatosa de Mattias Skjelmose (Lidl-Trek), um espectador atropelado por um dos carros da Ineos Grenadiers e mais uma luta mano a mano entre o camisola amarela e Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike). No final, Thymen Arensman (Ineos) venceu com um solo de 37 quilómetros e Pogacar ganhou mais seis segundos ao dinamarquês, com Florian Lipowitz (Red Bull-Bora-hansgrohe) a entrar no pódio.
“Estou muito feliz com o dia de hoje [sábado]. Estávamos perto de vencer uma etapa, mas o Thymen Arensman esteve realmente forte e merece totalmente esta vitória. Parabéns a ele. Fizemos um bom trabalho e podemos estar satisfeitos com os Pirenéus. Tivemos uma ótima etapa, a pedalar ao nosso próprio ritmo o dia todo, com um Nils Politt incrível. Foi um dia muito difícil por causa do clima e das subidas. Além disso, a fuga só começou no Tourmalet. Os primeiros 70 quilómetros foram muito rápidos. Depois, as descidas foram um pouco assustadoras, especialmente no Tourmalet. O Jonas tentou e estava muito forte. Na verdade, esperava que ele atacasse um pouco mais cedo. Assim que consegui conter os dois ataques dele, percebi que não tive a potência necessária para contra-atacar e dar o meu melhor até ao final. Por isso, optei por controlar a etapa, ficar na roda dele e lutar no final. Este é, provavelmente, o Jonas mais forte que o vi nos Pirenéus”, partilhou o campeão do mundo depois da etapa.
“Assim como ontem [sexta-feira], tenho que estar feliz com o desempenho das minhas pernas. Acho que foi uma das etapas mais difíceis que já tive. Foi um dia muito difícil para todos e esta prestação deixa-me feliz. Basicamente tínhamos um plano para a etapa, com [Sepp] Kuss e [Simon] Yates na fuga à procura da vitória na etapa. Eles não conseguiram acompanhar o Arensman no final, mas fizeram um bom trabalho. Ele teve uma grande prestação na última montanha. Parabéns a ele. Esperava que o Tadej atacasse na última subida. Quando percebi que ele não ia atacar, decidi atacar. Para ser honesto, foi um dia super difícil, com cinco horas em cima da bicicleta”, disse, por sua vez, um Vingegaard cada vez mais feliz.
???? Between Muret and Carcassonne, baroudeurs have a golden opportunity to seize!
???? Entre Muret et Carcassonne les baroudeurs ont une occasion en or à saisir !#TDF2025 pic.twitter.com/8CqJu1xRPU
— Tour de France™ (@LeTour) July 20, 2025
A última etapa da segunda semana serviu de transição, já com o sol e as temperaturas convidativas de regresso. Com partida em Muret e chegada em Carcassonne, ao cabo de 169,3 quilómetros e 2.400 metros de acumulado, que fizeram desta uma etapa a ter em atenção, embora fosse convidativa a novo triunfo da fuga. Após três contagens de montanha — uma de segunda categoria e duas de terceira — e subidas até aos últimos 40 quilómetros, o pelotão tinha que enfrentar uma longa descida e um final técnico, com diversas curvas e estreitamentos na aproximação à meta.
Esta tirada começou da pior forma, já que, com pouco mais de 10 quilómetros percorridos, uma grande queda assolou o pelotão, deixando Julian Alaphilippe (Tudor) agarrado à clavícula, derrubando Lipowitz e cortando Vingegaard. Com o segundo e terceiro classificados cortados, os diretores desportivos da Emirates aconselharam Pogacar a baixar o ritmo do pelotão, protagonizando mais um momento de fair-play nesta Volta a França. Ultrapassados os contratempos, a fuga voltou a ser numerosa e Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceunick) foi o mais rápido no sprint intermédio. Na derradeira subida categorizada, o grupo cortou-se, ficando apenas Tim Wellens (Emirates), Victor Campenaerts (Visma), Quinn Simmons (Lidl) e Michael Storer (Tudor) na frente.
????️ Team radio – @TeamEmiratesUAE
After the fall, @TeamEmiratesUAE team wants to wait for those who have crashed.
Après la chute, l'équipe @TeamEmiratesUAE veut temporiser pour attendre ceux qui sont tombés. #TDF2025 pic.twitter.com/YOqAUqpu4z
— Tour de France™ (@LeTour) July 20, 2025
No início da descida, Wellens aproveitou para atacar e isolar-se, chegando aos últimos dez quilómetros com minuto e meio de avanço para o segundo grupo. Com a vitória praticamente entregue ao belga, os ataques começaram a surgir com vista à luta pelo pódio. Assim, Tim Wellens voltou aos triunfos 21 dias depois de se ter sagrado campeão nacional de fundo, somando a 41.ª vitória da carreira e a quinta em Grandes Voltas, com a particularidade de ter completado a trilogia — já tinha triunfado duas vezes no Giro e outras duas na Vuelta. A Emirates continua em grande, chegando à vitória 65 da temporada. Victor Campenaerts chegou a 1.28 minutos e Julian Alaphilippe, que bateu Wout van Aert (Visma) ao sprint, a 1.36. O pelotão entrou na meta a 6.07, sem sobressaltos.
EN EL CLUB DE LOS ELEGIDOS ????
Tim Wellens se exhibe en Carcassonne y completa el tríptico de victorias en Grandes Vueltas.
???????? Carlos Rodríguez saca rédito a la fuga y recorta tiempo en la general.
????♂️ Lo has visto en @Eurosport_ES y @StreamMaxES. #TDF2025#TDF2025 pic.twitter.com/wX5n8pMEp9
— Eurosport.es (@Eurosport_ES) July 20, 2025
Desta forma, Tadej Pogacar vai entrar na terceira semana na liderança do Tour, com 4.13 minutos de vantagem para Jonas Vingegaard e 7.53 face a Florian Lipowitz. Oscar Onley (Picnic PostNL), a 9.18, Kévin Vauquelin (Arkéa-B&B Hotels), a 10.21, Primoz Roglic (Red Bull), a 10.34, Felix Gall (Decathlon AG2R La Mondiale), a 12.00, Tobias Johannessen (Uno-X Mobility) completam os oito primeiros. Carlos Rodríguez foi o grande beneficiado da jornada, saltando para o nono lugar, a 18.26 da amarela. Ben Healy (EF Education-EasyPost) caiu para décimo, a 18.41. Jonathan Milan (Lidl) lidera os pontos, com mais 28 pontos do que Pogacar, ao passo que Lenny Martinez (Bahrain-Victorious) veste a camisola dos pontos, com oito pontos de vantagem face ao esloveno. Lipowitz é o melhor jovem e a Visma a melhor equipa.
observador