EUA exigem que Síria impeça chegada de jihadistas ao sul

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Israel ordenou a retirada da população do sudoeste de Deir al-Balah, no centro de Gaza, onde não mantém qualquer operação terrestre desde o início da sua ofensiva militar no enclave, divulgou hoje a imprensa internacional.
“O Exército continua a agir com força para destruir as capacidades inimigas e as infraestruturas terroristas na área, ao mesmo tempo que expande as suas atividades aqui, para atuar numa área onde nunca operou antes”, anunciou o porta-voz das Forças Armadas israelitas, Avichay Adraee, num comunicado na rede social X, citado pela agência de notícias EFE.
“A todos os presentes na zona sudoeste de Deir al-Balah […], incluindo os que se encontram em tendas, retirem-se imediatamente e dirijam-se para a zona de Mawasi para a vossa segurança”, apelou o exército israelita.
Deir al-Balah permaneceu intocada pelas operações terrestres das tropas israelitas durante mais de um ano e meio da ofensiva israelita, tornando-se um dos centros para onde se dirigiram muitos deslocados e o centro de operações de muitas organizações internacionais.
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Duas pessoas morreram num ataque aéreo israelita na cidade de Gaza quando estavam à espera de ajuda humanitária, disse à Al Jazeera uma fonte do hospital Al-Shifa.
No sábado tinha sido noticiado que dezenas de palestinianos morreram em ataques israelitas junto de um posto de distribuição de ajuda humanitária no sul de Gaza, na zona de Rafah. De acordo com as autoridades de saúde de Gaza, controladas pelo Hamas, pelo menos 32 corpos chegaram nesse dia ao hospital de Nasser.
As Forças de Defesa de Israel confirmaram ter disparado “tiros de aviso” perto de um posto de distribuição de ajuda depois de vários palestinianos se terem aproximado dos soldados “de uma forma que ameaçou as forças”.
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O governo sírio terá interpretado mal a forma como Israel iria responder ao envio de tropas para o sul do país, palco de confrontos entre grupos étnicos. A notícia é avançada pela agência Reuters, que cita oito fontes, entre figuras políticas e militares sírias, diplomatas. Estas explicaram que as autoridades intervieram encorajadas por mensagens dos EUA de que a Síria devia ser governada como um estado centralizado.
A intervenção militar surgiu depois de confrontos étnicos entre comunidades drusas e beduínas. Mas a situação acabou por escalar no do sul da Síria, perto da fronteira com Israel, com a presença forças armadas.
Damasco acreditava que tinha luz verde dos EUA e de Israel para mobilizar as suas tropas para o sul, apesar dos avisos de Telavive para que não proceder assim, explicaram as mesmas fontes. Uma crença baseada nas comunicações públicas e privadas do enviado especial dos EUA para a região, Thomas Barrack.
Questionado sobre o assunto, um responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria negou que as suas ações tenham sido influenciadas pelo enviado de Washington. Garantiu que pesaram apenas “considerações puramente nacionais” e a intenção de “parar o derramamento de sangue, proteger civis e evitar a escalada do conflito civil”.
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O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, exigiu no sábado que as autoridades sírias impeçam a chegada de “jihadistas violentos” ao sul do país, palco de confrontos intercomunitários há uma semana.
As autoridades sírias devem usar as “forças de segurança para impedir que o Estado Islâmico e outros jihadistas violentos entrem na região e cometam massacres”, escreveu Rubio na rede social X.
O grupo Estado Islâmico assumiu o controlo de vastas áreas dos territórios sírio e iraquiano no início da guerra civil, que eclodiu em 2011, proclamando a criação de um “califado” transfronteiriço em 2014. As forças curdas sírias, apoiadas pelos Estados Unidos, derrotaram-no em 2019, mas os fundamentalistas islâmicos mantiveram uma presença, especialmente no vasto deserto sírio.
As forças governamentais “também devem responsabilizar e levar à justiça qualquer pessoa culpada de atrocidades, incluindo nas suas próprias fileiras”, escreveu ainda o chefe da diplomacia norte-americana.
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