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A imigração é uma urgência

A imigração é uma urgência

Os governos de António Costa deixaram uma herança terrível em Portugal: entre 2017 e 2024, a imigração aumentou em cerca de um milhão de novos imigrantes. Para um país de 10 milhões de habitantes, 10% de imigração em sete anos é um desastre demográfico. Foi este desastre que levou um partido recente, como o Chega, a transformar-se no segundo maior partido parlamentar, e o PS baixar para terceiro. Foi justo.

Aliás, as histórias do Chega e da imigração são paralelas, andam de mão dada. A super inflação da imigração começou no ano em que o Chega foi fundado. E os dois cresceram juntos. Um, o Chega, por causa do outro, a imigração. O mais espantoso tem sido a incapacidade das elites políticas de aprenderem o suficiente com a realidade.

Entre 2019 e 2022, houve vozes a avisar que o Chega ia crescer, mas quase ninguém acreditava. Cresceu. Com uma maioria absoluta inesperada, o PS desvalorizou o crescimento do Chega, tal como Rui Rio não tinha acreditado na capacidade de André Ventura construir um partido novo à direita do PSD.

Entretanto, a imigração continuava a crescer de um modo descontrolado. As elites políticas achavam que bastava chamar a Ventura “fascista”, “racista” e de “extrema direita” para travar o seu crescimento. De novo, houve vozes a avisar que a diabolização de Ventura não seria eficaz. Em 2024, o Chega passou para 50 deputados. E a imigração continuou a aumentar entre 2022 e 2024.

Nas últimas eleições, no mês passado, mais uma vez as elites achavam que o Chega já não crescia mais. Cresceu, tornou-se o segundo partido, e a AD não foi capaz de ir buscar votos ao Chega. Desde as eleições, tenho dito a pessoas da AD que é fundamental resolver o problema da imigração, senão nas próximas eleições o Chega pode ser o partido mais votado. Todos, sem excepção, acham que estou a exagerar. Não sei o que dizer mais. Nem sei se vale a pena escrever este artigo; mas resolvi escrever, assim fica registado.

Espero que pelo menos se entenda uma questão de aritmética simples. Se o Chega tem crescido com o aumento da imigração, talvez a diminuição dos imigrantes trave o crescimento do Chega. Este governo deve tratar a imigração como uma urgência nacional. Nos primeiros cem dias, deveria apresentar uma nova lei da nacionalidade, legislação para expulsar imigrantes ilegais, propor a criação de uma nova autoridade fronteiriça, e regular a reunificação familiar dos imigrantes, impondo condições muito claras, como a legalidade do imigrante, a existência de um contrato de trabalho. O governo já fez bem em acabar com as manifestações de interesse, uma das principais causas do descontrolo da imigração.

Estas iniciativas também seriam um desafio ao Chega. Ventura terá que decidir se quer ajudar a resolver o problema da imigração, ou se quer continuar a aproveitar a imigração para crescer. São coisas diferentes. Aliás, a resposta do Chega às propostas do governo faz parte de um dilema mais profundo: Ventura quer ser como Meloni, uma política construtiva, que quer resolver problemas, ou como Salvini, um demagogo sem cura? Os italianos perceberam a diferença.

observador

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