Em março, Marcos do Val desafiou Moraes a pegar passaporte diplomático: ‘Coisa de covarde’

Em março deste ano, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) desafiou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após ter seus passaportes bloqueados por ordem da Corte. Durante uma fala na tribuna do Senado, Do Val chamou a decisão de “covarde” e ironizou a autoridade de Moraes.
“Venha, ministro, pegar meu passaporte. Suspender é coisa de covarde. Vem aqui e pegue comigo na minha mão”, disse. A provocação aconteceu após a Primeira Turma do STF rejeitar por unanimidade um recurso apresentado contra a apreensão dos passaportes ordinário e diplomático.
O senador afirmou que a ação havia sido feita pelo setor jurídico do Senado, não por ele pessoalmente, e questionou a legalidade do processo: “Qual o processo que eu estou respondendo? Eu não tô sabendo.”
Mesmo com a retenção de seus passaportes determinada pelo STF, o senador viajou aos Estados Unidos durante o recesso parlamentar. A Polícia Federal havia cumprido diligência em sua residência em busca dos documentos, sem sucesso.
Pouco após a revelação da viagem, Do Val surgiu em uma live feita direto da Disney, na Flórida, alegando estar em férias com a família: “Minha filha está de férias e nós estamos com recesso parlamentar.” Durante a transmissão, o senador exibiu diversos passaportes, incluindo o diplomático, o civil brasileiro, um europeu e dois americanos.
Ele também negou que estivesse fugindo e afirmou ter informado às autoridades sobre a viagem, citando a Polícia Federal, o Ministério da Justiça, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o próprio ministro Alexandre de Moraes.
Do Val ainda defendeu seu direito ao passaporte diplomático, alegando que a lei garante esse benefício enquanto estiver em exercício do mandato: “Se eu estou em exercício, eu poderia até ter cometido um crime, mas ainda não fui julgado e condenado. A lei me garante ainda ter o passaporte.”
Em resposta à viagem, Moraes ordenou o bloqueio das contas bancárias, chaves Pix e cartões registrados em nome do senador.
CartaCapital