Sob pressão, Netanyahu recusou trégua para manter governo

Um longa reportagem do The New York Times revela que houve uma hipótese de acordo de cessar-fogo, em abril de 2024 (seis meses após o massacre de 7 de outubro de 2023) mas Benjamin Netanyahu recusou esse acordo porque isso colocaria em causa a viabilidade do seu governo de coligação.
O primeiro-ministro lidera uma coligação frágil que dependia do apoio dos ministros de extrema-direita que queriam ocupar Gaza, e não retirar-se dela. Estes ministros, incluindo o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, defendiam uma guerra longa que, no final, permitisse a Israel restabelecer os colonatos judaicos em Gaza.
A convicção de Netanyahu é que, se um cessar-fogo viesse demasiado cedo, estes ministros iriam dissolver a coligação governamental – o que levaria a eleições antecipadas, que as sondagens indicavam que Netanyahu perderia.
A proposta em cima da mesa teria interrompido a guerra em Gaza durante pelo menos seis semanas e teria aberto uma janela para negociações com o Hamas sobre uma trégua permanente. Além disso, mais de 30 reféns capturados pelo Hamas no início da guerra teriam sido libertados em poucas semanas e outros poderiam ter sido libertados se a trégua fosse prolongada.
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