As gaivotas carregam microplásticos em seus estômagos e envenenam os peixes com eles.

Uma expedição às margens da Baía de Kola, no Mar de Barents, descobriu uma nova fonte de plástico que prejudica seriamente a fauna: as gaivotas-prateadas.

Um grande grupo de cientistas de Moscou e Murmansk trabalhou nas margens do mar do norte.

Como Olesya Ilyina, pesquisadora do Departamento de Ecologia Geral e Hidrobiologia da Faculdade de Biologia da Universidade Estatal de Moscou Lomonosov, disse à MK, a expedição já havia estudado os níveis de microplásticos em águas superficiais, bem como em ictiofauna e mamíferos marinhos. Descobriu-se que até mesmo as baleias podem ingerir plástico, conforme constatado pela análise do conteúdo estomacal delas.

No Mar de Barents, cientistas analisaram a quantidade de microplásticos em peixes — bacalhau-do-atlântico, arinca e linguado — bem como no zooplâncton. Microplásticos foram encontrados nos estômagos de todos os peixes estudados, capturados na Baía de Kola. As maiores concentrações foram encontradas nos estômagos da arinca: até 5 a 6 vezes maiores do que as encontradas no bacalhau-do-atlântico e no linguado. No entanto, apenas 60% dos bacalhaus-do-atlântico capturados em mar aberto no Mar de Barents apresentavam microplásticos em seus estômagos.

O estudo das gaivotas, no entanto, foi bastante acidental, produzindo resultados interessantes. O principal objeto de estudo foram as pelotas — um tipo de vômito seco ou regurgitação. As gaivotas regurgitam o que não conseguem digerir. O fato é que, nos últimos anos, a dieta dessas aves mudou significativamente. Enquanto os peixes costumavam ser sua principal fonte de alimento, os lixões se tornaram seus locais de alimentação favoritos. As gaivotas são onívoras, então têm uma grande variedade de opções ali. É verdade que alguns alimentos são frequentemente embalados, mas isso não impede as aves: elas bicam o alimento junto com a embalagem. E então regurgitam o conteúdo. Em suas áreas de nidificação no litoral.

O estudo determinou a quantidade de plástico trazida para a costa pelas gaivotas durante o período de acumulação, que dura cerca de um ano. Além disso, os pesquisadores concluíram que o tamanho da colônia na costa da Península de Kola dobrou nas últimas décadas, sugerindo que o plástico, embora prejudicial às aves, não é particularmente nocivo. Eles atribuem isso ao mecanismo de limpeza estomacal altamente eficiente das aves. No entanto, é prematuro concluir que as gaivotas poluem a água com microplásticos tanto quanto os humanos.

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Publicado no jornal Moskovsky Komsomolets, nº 29643, 7 de novembro de 2025.

Manchete de jornal: Gaivotas contribuem para a poluição plástica no mar