Diplomatas paquistaneses terão que pagar pelos reparos do bonde de Moscou: seis anos de litígio

Trabalhadores do transporte de Moscou venceram uma longa disputa com a embaixada do Paquistão. Um acidente de rotina no centro de Moscou envolvendo um carro da missão diplomática e um bonde urbano tornou-se motivo de um processo judicial que já dura vários anos.

Como o MK apurou, o lamentável acidente ocorreu em 28 de junho de 2019, no cruzamento da Rua Bolshaya Tatarskaya com a Sadovnichesky Proyezd. Ali, um bonde da Rota 3 colidiu com um BMW com placas diplomáticas. Não houve vítimas, mas o incidente paralisou o transporte público por cerca de 40 minutos. O culpado foi rapidamente identificado: era o motorista de um carro estrangeiro que não deu passagem ao bonde. Ele foi responsabilizado administrativamente, nos termos do Artigo 12.3, Parte 2, do Código de Ofensas Administrativas, e multado em 1.000 rublos. Isso geralmente é seguido por uma demanda da transportadora para indenizar os danos causados ​​pelo acidente – o custo do reparo do bonde mais a indenização pelo tempo de inatividade de outros bondes. Mas a situação era complicada. Por algum motivo, o motorista do BMW não informou onde trabalhava. Portanto, inicialmente, todas as reivindicações da Mosgortrans foram dirigidas a ele como pessoa física. Mas quando o caso chegou à audiência de reclamação no Tribunal de Preobrazhensky, o proprietário do carro apareceu – a Embaixada do Paquistão. E como, no momento do acidente, o motorista estava em serviço, todos os problemas financeiros tiveram que ser resolvidos por seus empregadores.

O julgamento se arrastou por muito tempo porque os diplomatas recorreram a um truque. Eles enfatizaram que mais de três anos haviam se passado desde o acidente, o que significava que o prazo de prescrição do caso havia expirado. Mas os advogados de Moscou provaram que o próprio envolvimento da embaixada paquistanesa no caso não deveria ser contado a partir do momento da colisão, mas a partir do dia em que o tribunal recebeu informações sobre o local de trabalho do motorista. Isso aconteceu em 7 de junho de 2022 – 21 dias antes do terceiro aniversário do acidente. Portanto, os diplomatas tiveram um pouco de sorte e, no final, foram eles, e não o motorista, que tiveram que arcar com a responsabilidade pelo acidente.

Recentemente, o Tribunal de Apelações do Tribunal da Cidade de Moscou confirmou a decisão favorável aos trabalhadores do transporte: os diplomatas pagarão 74.717 rublos e 27 copeques pelo acidente como indenização por danos, 63.940 rublos para outras despesas e 2.441 rublos e 52 copeques para compensar a taxa estadual. É curioso que o motorista, que passou os três primeiros anos lutando sozinho contra os advogados, também tenha tentado recuperar as custas judiciais – mas sem sucesso total. O homem foi corretamente informado de que ele próprio escondeu o fato de trabalhar na embaixada, o que significa que, em geral, ele incorreu em despesas deliberadamente. Dos 127.300 rublos solicitados, o tribunal concordou em indenizar apenas 15 mil.

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