Detetives particulares contratados para rastrear ativistas estudantis palestinos são revelados

De acordo com o jornal The Guardian, policiais à paisana que trabalham para a empresa de segurança privada City Shield, sediada em Detroit, seguem e gravam secretamente estudantes dentro e fora do campus e ouvem suas conversas.

Membros do grupo estudantil pró-Palestina Estudantes Aliados pela Liberdade e Igualdade (SAFE) relataram que foram seguidos em diversas ocasiões por detetives à paisana, que em alguns casos demonstraram comportamento ameaçador.

Os estudantes alegaram que foram insultados por aqueles que os seguiam, e um deles chegou a atropelá-los com um carro.

Por outro lado, foi revelado que a Universidade pagou pelo menos US$ 800.000 à empresa controladora da City Shield entre junho de 2023 e setembro de 2024.

Katarina Keating, uma estudante que afirmou estar sendo seguida, disse que estava preocupada com o que estava acontecendo e que o gasto era "absurdo", acrescentando: "É realmente incompreensível que milhões estejam sendo gastos para seguir ativistas estudantis".

Outro estudante, Josiah Walker, disse que sentiu grande pressão devido à vigilância e às calúnias a que foi submetido, acrescentando: "O esforço que fizeram para me atingir é inacreditável. Deixem-me em paz."

Os alunos relataram que as pessoas que os seguiam às vezes fingiam ser deficientes, faziam acusações e até se sentavam em mesas ao redor deles para ouvir suas conversas.

A Universidade de Michigan, em uma declaração sobre o assunto, argumentou que as medidas de segurança implementadas tinham "o propósito de garantir a segurança do campus" e que os indivíduos não eram alvos com base em suas crenças ou grupos aos quais estavam afiliados.

No entanto, ativistas expressaram sérias preocupações sobre o uso de detetives particulares e alertaram que a prática teria um "efeito inibidor" sobre os estudantes.

AA