'Jogado aos lobos': americano muda família para a Rússia para 'escapar da consciência' — se vê na linha de frente lutando contra a guerra na Ucrânia

Um americano que deixou os EUA em busca de valores tradicionais acabou na linha de frente da guerra da Rússia na Ucrânia. Derek Huffman se mudou com sua esposa e três filhas do Texas para uma vila nos arredores de Moscou no início deste ano, relata o New York Post. Huffman esperava criar sua família longe do que ele descreveu como "wokeness" e "doutrinação LGBTQ" do sistema educacional dos EUA. No entanto, ele agora se encontra perto da linha de frente, apesar de inicialmente ter recebido a promessa de uma função não combatente. Huffman havia se juntado ao exército russo para garantir a cidadania acelerada. A esposa de Huffman, DeAnna, disse em um vídeo no YouTube que ele foi enganado durante o processo de recrutamento. O vídeo foi excluído das redes sociais. "Ele sente que está sendo jogado aos lobos agora, e está tendo que se apoiar na fé, e é isso que todos nós estamos fazendo", disse ela. Ela acrescentou que ele não tinha experiência militar e foi treinado em russo, que mal entende. "Infelizmente, quando você aprende em uma língua diferente e não entende a língua, como você está realmente aprendendo? Não está", disse ela. A família havia se mudado para Istra, a cerca de 40 quilômetros de Moscou, sob o esquema de visto de “valores compartilhados” da Rússia. A família estava entre as duas únicas que se sabe terem se mudado para a chamada "vila americana", um assentamento criado pelo expatriado e blogueiro americano Tim Kirby para atrair ocidentais cansados das normas liberais. A decisão de se mudar ocorreu após um incidente na escola da filha, nos EUA. "A gota d'água foi quando descobrimos que minha filha Sophia aprendeu sobre lésbicas com uma garota da turma dela. Ela não entendeu completamente, mas, para nós, isso foi o suficiente para perceber que algo precisava mudar", disse Huffman, citado pelo Russia Today. A família foi posteriormente apresentada em diversos veículos de comunicação estatais russos, onde Huffman afirmou que queria conquistar respeito por meio do serviço militar. "O objetivo deste ato para mim é conquistar um lugar aqui na Rússia. Se eu me arriscar pelo nosso novo país, ninguém dirá que não faço parte dele. Ao contrário dos migrantes nos Estados Unidos, que chegam lá sem mais nem menos, não se assimilam e, ao mesmo tempo, querem esmolas gratuitas", disse ele. Apesar dessas intenções, DeAnna agora afirma que seu marido recebeu ofertas de funções como soldador ou correspondente de guerra, mas, em vez disso, foi submetido a um treinamento às pressas e enviado para o campo de batalha. Ela também disse que a família ainda não recebeu nenhum dos salários militares prometidos. Em junho, Huffman apareceu em uma mensagem de vídeo de Dia dos Pais usando camuflagem. "Sinto mais falta de vocês do que vocês podem imaginar", disse ele à família. "Só saibam que farei o que for preciso para ficar em segurança e voltar para casa, para vocês. Cuidem uns dos outros." Um grupo do Telegram intitulado “Salvem aquelas meninas” foi recentemente vinculado ao canal excluído da família, pedindo intervenção do governo dos EUA. “Faz apenas alguns meses que nossa família fez a grande mudança dos Estados Unidos para a Rússia e, embora tenhamos vivido aventuras incríveis, essa jornada também trouxe desafios profundos”, disse DeAnna. “Estar sozinha em um novo país, criar filhos e tentar me manter forte me testou de maneiras que eu nunca imaginei.”