Imagens de satélite mostram a megacidade de £ 1,6 trilhão da Arábia Saudita com uma enorme linha esculpida no deserto

Novas imagens de satélite mostram o que parece ser um progresso dolorosamente lento em Neom, a “cidade do futuro” da Arábia Saudita.

Pelo menos parte da cidade planejada de 177 quilômetros de extensão deveria ser concluída originalmente até 2030, com toda a estrutura concluída até 2045. No entanto, as últimas imagens de satélite mostram que, embora uma pequena cidade tenha sido construída para abrigar os trabalhadores do local, pouco progresso foi feito na estrutura principal nos últimos anos.

Enquanto fotos de 2023 mostram terraplenagens em andamento ao longo de quase todo o comprimento da megaestrutura, imagens mais recentes parecem mostrar significativamente menos atividade. A Bloomberg relatou que os planos para o projeto foram reduzidos, e muitos trabalhadores foram demitidos – uma alegação rejeitada pelo Ministro da Economia Saudita, Faisal F. Alibrahim.

A cidade – consistindo de dois blocos contínuos imensamente longos – é uma ideia do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, que espera libertar o país do Oriente Médio de sua dependência de combustíveis fósseis e criar uma nova economia baseada em ciência e lazer. Mas alguns que trabalharam no projeto descreveram os planos em particular como “desvinculados da realidade”.

A cidade também foi descrita como potencialmente mortal. A estrutura de vidro espelhado é essencialmente uma "estufa gigante", diz a especialista da Universidade de Greenwich, Melissa Sterry. Com as temperaturas aumentando em todo o mundo, a onda de calor de 40 °C de junho de 2024 na Arábia Saudita matou mais de 1.000 pessoas que faziam a tradicional peregrinação do Hajj a Meca.

Como fornecer água suficiente para cerca de nove milhões de habitantes e resfriar o interior da enorme estrutura o suficiente para que eles sobrevivam continua sendo uma questão sem resposta.

Analistas estimam que o custo total da ambiciosa cidade linear pode exceder dois trilhões de dólares, quatro vezes o orçamento original projetado. Beatrice Nolan, da Business Insider , diz que, no ano passado, a Arábia Saudita "pode ​​estar começando a sentir alguma tensão com a pressão financeira do projeto".

As flutuações nos preços globais do petróleo afetaram a capacidade do país de pagar pelo custo impressionante do projeto. Quando o príncipe herdeiro anunciou o projeto originalmente, em janeiro de 2021, ele previu que valeria cerca de US$ 48 bilhões para a economia saudita, mas esses benefícios permanecem muito distantes no futuro.

Enquanto insiders admitem que pode levar um século para completar e povoar Neom, há um prazo mais iminente. Um estádio projetado no alto dos limites superiores da cidade planejada foi marcado como um dos locais para a Copa do Mundo de 2034.

Por enquanto, a única parte do ambicioso Projeto 2030 do príncipe herdeiro que provavelmente aparecerá conforme o cronograma é um canal que leva do coração de Neon até o mar.

Noventa milhões de metros cúbicos de deserto estão sendo escavados para formar a chamada “marina escondida”. Está planejado para permitir que os eventuais nove milhões de moradores da cidade embarquem em um navio virtualmente na porta de casa e naveguem do interior da cidade para o Mar Vermelho.

Mas, além das tensões financeiras, há também um enorme custo humano para o sonho de Mohammed bin Salman. O Business Insider alega que milhares de trabalhadores migrantes já morreram desde que as obras começaram em 2021, e cerca de 20.000 habitantes de vilas espalhadas ao longo do percurso de 110 milhas da cidade foram despejados.

Qualquer um que se recusou a ser localizado pelas autoridades sauditas foi preso por acusações de terrorismo, com três prisioneiros atualmente aguardando execução. Um homem, Abdul Rahim al-Huwaiti, foi morto a tiros pelos serviços de segurança sauditas após se recusar a deixar sua casa.

Impressões otimistas de artistas sobre o Neon mostram uma linha espelhada de casas, jardins e locais de trabalho integrados se estendendo pelo deserto, apontando o caminho para um modo de vida totalmente novo, impulsionado pela IA, para a humanidade.

Mas o que as fotos de satélite mostram até agora é simplesmente uma linha feia – e potencialmente mortal – na areia.