Boater por Jo Bell: Vendi minha casa para comprar um barco estreito

Por CONSTANCE CRAIG SMITH
Publicado: | Atualizado:
Boater já está disponível na Mail Bookshop
O que você deve fazer se sentir sobrecarregado com toda essa desordem na sua casa?
Para a arqueóloga Jo Bell, a resposta era simples: livrar-se de quase todos os seus pertences e mudar-se para um lugar com apenas 2,13 metros de largura e 19 metros de comprimento, onde você possa "manter-se em movimento, mas sempre em casa". Resumindo, compre um barco estreito.
Depois de trabalhar em um projeto para conservar uma coleção de barcos de canal e passar um tempo morando em barcos, ela começou a se sentir "sobrecarregada" por sua pequena casa perto do canal de Stratford. "Eu não tinha muito, mas parecia demais", escreve ela.
Bell decidiu vender a casa e comprar um barco estreito.
Barcos estreitos, projetados para navegar em eclusas e canais, são mais estreitos que barcaças. Confundir barcos estreitos com barcaças "é como confundir um whippet com um São Bernardo", diz Bell severamente.
Pessoas que viajam em barcos estreitos são chamadas de barqueiros, não marinheiros, e dizer "rio" em vez de "canal" é um solecismo terrível.
Bell considera os canais britânicos – a maioria dos quais não tem mais de 1,5 metro de profundidade – como "uma das grandes conquistas da humanidade... mais preciosas que Stonehenge". No século XVIII, com as estradas esburacadas dificultando o transporte de mercadorias, a ideia de uma rede de canais tornou-se cada vez mais atraente.
Canais financiados privadamente ligando rios como Trent, Mersey, Tâmisa e Humber foram construídos em uma década.
O robusto barco verde e vermelho que seria o novo lar de Bell chamava-se Tinker. Ela prefere ignorar a organização dos banheiros, mas diz que, ao contrário da crença popular, barcos estreitos não são congelantes no inverno. Na verdade, o pequeno espaço tende a superaquecer por causa de um fogão a lenha.
Modo de vida aquático: Pessoas que viajam em barcos estreitos são chamadas de barqueiros, não marinheiros
Seus primeiros meses como velejadora foram cheios de tentativas e erros, mas aos poucos ela ficou mais confiante, até mesmo dominando a habilidade de pairar no meio do canal com controle perfeito enquanto esperava uma eclusa abrir.
(A eclusa de canal de dupla mitra, ainda em uso hoje, que usa a força da água para manter os portões selados, é uma das grandes invenções de Leonardo da Vinci.)
Ela faz a vida num barco parecer uma aventura tremenda. Gotas leves de chuva no teto soam como grãos de arroz batendo numa bandeja de lata. Amigos com bebês adoram visitá-los, pois o balanço do barco faz até a criança mais agitada dormir.
A rede de canais, escreve Bell, é um lugar mágico, "um país paralelo com seus próprios marcos e topônimos". Após 12 anos, ela relutantemente substituiu o Tinker por um novo barco, chamado Stoic. Parece que Bell jamais desistirá da vida na água, onde ela e seus companheiros navegam a cinco quilômetros por hora e "navegam por estrelas diferentes".
Daily Mail