Índia propõe taxas retaliatórias contra os EUA sobre aço e alumínio na OMC

Nova Délhi: A Índia propôs na segunda-feira impor tarifas retaliatórias sobre 29 produtos americanos, incluindo maçãs, amêndoas, peras, preparações anticongelantes, ácido bórico e certos produtos feitos de ferro e aço, sob a Organização Mundial do Comércio (OMC), para combater as tarifas americanas sobre aço e alumínio em nome de medidas de salvaguarda. Nova Déli informou à OMC que essas medidas afetariam US$ 7,6 bilhões em importações para os EUA. "As medidas de salvaguarda afetariam US$ 7,6 bilhões em importações para os EUA dos produtos relevantes originários da Índia, sobre os quais a cobrança de impostos seria de US$ 1,91 bilhão", informou à OMC. De acordo com a comunicação, a suspensão proposta de concessões ou outras obrigações assume a forma de um aumento nas tarifas sobre produtos selecionados originários dos EUA. Em 8 de março de 2018, os EUA promulgaram medidas de salvaguarda sobre certos artigos de aço e alumínio, impondo tarifas ad valorem de 25% e 10%, respectivamente, sobre esses produtos, com efeito a partir de 23 de março de 2018. Em 10 de fevereiro de 2025, revisou as medidas de salvaguarda sobre as importações de artigos de aço e alumínio, com efeito a partir de 12 de março. A Índia afirmou que os EUA não notificaram o Comitê de Salvaguardas da OMC sobre a tomada de decisão de aplicar medidas de salvaguarda e, como membro afetado com interesse significativo em exportação, solicitou consultas com Washington. Em sua resposta, os EUA disseram que as tarifas são "necessárias para ajustar as importações de artigos de aço e alumínio que ameaçam prejudicar a segurança nacional dos EUA". Os EUA deram uma resposta semelhante ao pedido da UE sobre consultas sobre essas medidas de salvaguarda. "Trata-se de um reequilíbrio das concessões perdidas devido à medida de salvaguarda imposta pelos EUA. A Índia está autorizada, pelo Acordo de Salvaguardas (AoS), a tomar essa medida", disse uma autoridade. "A Índia sustenta que as medidas tomadas pelos EUA não são consistentes com o GATT (Acordo Geral sobre Comércio e Tarifas) de 1994 e o AoS", afirmou, acrescentando que, como as consultas previstas em uma disposição do AoS não ocorreram, a Índia reserva-se o direito de suspender concessões ou outras obrigações que sejam substancialmente equivalentes aos efeitos adversos da medida para o comércio indiano. Sem prejuízo do exercício efetivo de seu direito de suspender obrigações substancialmente equivalentes, a Índia reserva-se o direito de suspender concessões após o término de trinta dias a partir da data desta notificação, disse Nova Déli. "A Índia reserva-se o direito de retirar, modificar, complementar ou substituir esta notificação, e/ou fazer uma ou mais notificações conforme necessário”, acrescentou. Para garantir o exercício efetivo de seu direito de suspender concessões substancialmente equivalentes, a Índia também se reserva o direito de ajustar os produtos, bem como as tarifas. A medida da Índia ocorre em meio à imposição de tarifas recíprocas adicionais de 10% pelos EUA sobre a Índia e outros países, exceto a China. Washington suspendeu tarifas mais altas de 26% para Nova Déli até 9 de julho. A Índia e os EUA também estão negociando um Acordo Comercial Bilateral e pretendem dobrar o comércio bilateral para US$ 500 bilhões até 2030. A questão poderá ser discutida durante a visita de negociadores comerciais indianos a Washington na próxima semana para novas negociações sobre o BTA.
economictimes