Carney viaja para Roma com parlamentares liberais para a missa inaugural do Papa

O primeiro-ministro Mark Carney deve partir do Canadá na sexta-feira à noite para sua primeira viagem oficial ao Vaticano, onde participará da missa de posse do Papa Leão XIV no domingo.

Carney é um católico devoto, mas não pôde comparecer ao funeral do Papa Francisco em 26 de abril porque ocorreu dois dias antes das eleições federais.

A missa inaugural, que serve como uma espécie de juramento para um novo papa, está atraindo muitos líderes internacionais e Carney deve ter reuniões bilaterais com vários deles durante a viagem.

O Gabinete do Primeiro-Ministro (PMO) confirmou que membros do Parlamento da bancada liberal, que são católicos praticantes ou que representam grandes grupos católicos, viajarão com o primeiro-ministro.

O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, o primeiro-ministro francês, François Bayrou, e o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, estão entre os que confirmaram presença. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também espera comparecer.

A chefe nacional da Assembleia das Primeiras Nações, Cindy Woodhouse Nepinak, e a presidente do Conselho Nacional Métis, Victoria Pruden, estão viajando com a delegação canadense.

Pruden está pedindo ao Museu Anima Mundi do Vaticano que devolva artefatos culturais Métis de sua coleção.

"Estamos pedindo ao Vaticano que trabalhe com os detentores do conhecimento, historiadores e especialistas Métis para identificar quais itens em sua coleção pertencem ao nosso povo e devolvê-los", disse Pruden em um comunicado à imprensa.

Esses artefatos foram levados durante períodos de profunda injustiça. Sua devolução é um passo essencial para promover a reconciliação e reparar os danos profundos causados ​​pelas políticas coloniais, incluindo o papel que a Igreja desempenhou no sistema de escolas residenciais.

Líderes indígenas já haviam pedido ao Papa Francisco que devolvesse os artefatos. Ele prometeu fazê-lo em 2023, mas isso ainda não aconteceu.

Leo, ainda novo no cargo, ainda não disse se honrará a promessa.

Em um discurso aos diplomatas postado no Vaticano na manhã de sexta-feira, Leo reafirmou os esforços da Igreja para "alcançar e abraçar todos os indivíduos e todos os povos da Terra" por meio da paz, da justiça e da verdade.

"Acredito que as religiões e o diálogo inter-religioso podem dar uma contribuição fundamental para a promoção de um clima de paz. Isso, naturalmente, requer pleno respeito à liberdade religiosa em todos os países, visto que a experiência religiosa é uma dimensão essencial da pessoa humana", afirmou.

"Sem ela, é difícil, senão impossível, realizar a purificação do coração necessária para construir relacionamentos pacíficos."

Com arquivos de Olivia Stefanovich da CBC, Alessia Passafiume da Canadian Press e da Associated Press