Presidente da Intel do Senado, Cotton: 'Temos que estar preparados para a retaliação do Irã'

Cotton também disse que os EUA não estão "buscando uma mudança de regime".

O presidente do Comitê de Inteligência do Senado disse no domingo que os Estados Unidos devem "estar preparados para a retaliação do Irã" após os ataques de sábado à noite contra três instalações nucleares iranianas.

"Temos tropas na região. O Irã tem atacado americanos em todo o mundo, quartéis da Marinha em Beirute, quartéis na Arábia Saudita. Eles têm atacado embaixadas de países ao redor do mundo", disse Cotton, republicano do Arkansas, em entrevista exclusiva ao programa "This Week", da ABC News. "As ameaças são sérias e as levamos a sério. O presidente Trump não tem prioridade maior, assim como eu e a segurança do povo americano."

Cotton repetiu o alerta do presidente Donald Trump ao Irã para optar pela paz, dizendo que se o aiatolá Ali Khamenei "atacar os americanos com força militar, ele verá, fará com que a noite passada pareça brincadeira de criança".

Trump descreveu os ataques de sábado à noite contra o Irã como "um sucesso militar espetacular" que "obliterou completa e totalmente" as principais instalações de enriquecimento nuclear do Irã.

Em sua entrevista com o coapresentador do programa "This Week", Jonathan Karl, Cotton disse que a avaliação completa dos danos ainda estava em andamento, citando comentários do Chefe do Estado-Maior Conjunto, General Dan Caine, no domingo anterior. Mas, acrescentou: "Não há dúvida de que, devido à ação decisiva do presidente, danificamos gravemente a infraestrutura nuclear crítica do Irã."

"O líder supremo e os aiatolás no Irã precisam entender que o presidente Trump está falando sério. Eles têm a chance de pedir a paz aqui, de desmantelar o que resta de seu programa nuclear e continuar a sobreviver, porque não atacamos o líder supremo, não atacamos sua infraestrutura energética, não atacamos outras infraestruturas críticas", disse Cotton. "Essa é uma mensagem implícita de que o Irã ainda tem coisas que lhe são caras, que nem os Estados Unidos nem Israel atacaram. O Irã precisa acatar o aviso do presidente Trump."

"E se o Irã retaliar, os Estados Unidos deveriam atacar o líder supremo?", perguntou Karl.

"Não vou descartar nenhum alvo específico", disse Cotton. "Ele [Trump] não estava blefando. Ele não blefa. E ainda há inúmeros alvos que o Irã preza muito. ... Minha mensagem ao Líder Supremo é: observe as lições da história. Não tente o destino. Não ataque os americanos. Preste atenção ao aviso de Donald Trump."

Karl insistiu ainda mais sobre se o objetivo é uma mudança de regime no Irã.

"Esse não é o objetivo militar do presidente Trump", disse Cotton. "Não estamos buscando uma mudança de regime. Não estamos tentando enviar tropas terrestres para o Irã. Estamos tentando eliminar seu programa de armas nucleares e, ao destruir três instalações nucleares críticas, demos passos enormes nessa direção."

Mas em 2017, o senador do Arkansas disse ao POLITICO: "A política dos Estados Unidos deveria ser a mudança de regime no Irã. ... Não vejo como alguém pode dizer que a América pode estar segura enquanto houver um despotismo teocrático no poder."

"Sua visão mudou?", perguntou Karl.

"Bem, enquanto os líderes iranianos continuarem a aterrorizar os americanos após esses ataques, não, os Estados Unidos não estarão a salvo da ameaça iraniana. Esse é o ponto que o presidente Trump levantou ontem à noite", disse Cotton. "Não vamos invadir o Irã. Não vamos tentar derrubar o governo deles ou substituí-lo por um novo governo. Como disse o primeiro-ministro [israelense] Netanyahu, os líderes iranianos são tão odiados por seu próprio povo, falharam tanto em entregar resultados positivos para seu próprio povo, que esse pode ser o fim disso. Mas essa não é a política americana."