Rússia lança 136 drones na Ucrânia antes do esperado anúncio de Trump

BUDAPESTE — A Rússia lançou quatro mísseis e 136 drones na Ucrânia durante a noite até a manhã de segunda-feira, de acordo com a força aérea ucraniana, depois que o presidente Donald Trump disse que os EUA forneceriam a Kiev mais sistemas terra-ar Patriot para ajudar na defesa contra os bombardeios noturnos da Rússia.
A Força Aérea da Ucrânia informou em uma publicação no Telegram que 108 drones foram abatidos ou neutralizados durante o último ataque, com 28 drones atingindo 10 locais. Detritos de drones abatidos foram relatados em quatro locais, informou a Força Aérea.
Enquanto isso, o Ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças derrubaram 11 drones ucranianos durante a noite e na manhã de segunda-feira.
O presidente russo, Vladimir Putin, continua o bombardeio de longo alcance de cidades ucranianas, apesar das críticas de Trump, cuja pressão de meses por um cessar-fogo e um eventual acordo de paz não conseguiu, até agora, obter nenhum avanço.

Antes do esperado anúncio sobre sua política Ucrânia-Rússia na segunda-feira, Trump disse no domingo que os EUA forneceriam equipamentos mais "sofisticados" para ajudar Kiev em sua defesa contra ataques russos.
Trump também deve se encontrar com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, em Washington, DC, na segunda-feira.
"Basicamente, vamos enviar a eles vários equipamentos militares muito sofisticados", disse Trump a repórteres no domingo. "Eles vão nos pagar 100% por eles, e é assim que queremos", disse Trump.
Questionado se ainda enviaria 10 mísseis Patriot para a Ucrânia — como anunciado na semana passada — o presidente disse que o número não foi finalizado, mas que Kiev receberia mais ajuda.
"Ainda não cheguei a um acordo sobre o número, mas eles terão alguns porque precisam de proteção", disse ele.

"Mas a União Europeia está pagando por isso", acrescentou Trump. "Não estamos pagando nada por isso, mas vamos enviar. Será um negócio para nós, e enviaremos Patriots, dos quais eles precisam desesperadamente, porque Putin realmente surpreendeu muita gente."
"Ele fala bonito e depois bombardeia todo mundo à noite. Há um probleminha aí", continuou Trump.
O sistema de mísseis terra-ar Patriot se tornou uma das plataformas mais importantes da Ucrânia durante a invasão em grande escala da Rússia, que começou em fevereiro de 2022. Desde 2023, os Patriots na Ucrânia têm sido usados para derrubar drones, mísseis balísticos e aeronaves russas.
A Ucrânia agora conta com pelo menos seis Patriots, dois dos quais foram fornecidos pelos EUA e os outros por diferentes aliados da OTAN.
A Ucrânia possui outras plataformas de defesa aérea — entre elas os sistemas europeus IRIS-T e SAMP-T —, mas nenhuma foi tão publicamente celebrada pela Ucrânia por neutralizar ataques russos. O sistema, que entrou em serviço nos EUA na década de 1980, foi até creditado por abater mísseis hipersônicos russos.
Trump se recusou a dizer se anunciaria novas sanções à Rússia na segunda-feira.
O senador Lindsey Graham disse à ABC News na semana passada que Trump está "pronto" para agir sobre um amplo projeto de lei do Senado que imporia tarifas de até 500% aos países que comprassem petróleo e gás da Rússia.
Trump, disse Graham na quarta-feira, está "tentando levar Putin à mesa de negociações, mas Putin não está respondendo". A legislação incluirá uma isenção que permitirá a Trump suspender sanções a países que compram petróleo ou urânio russos por 180 dias, disse Graham.
Enquanto isso, o enviado de Trump à Rússia e à Ucrânia, Keith Kellogg, chegou a Kyiv na segunda-feira.
Andriy Yermak, chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, deu as boas-vindas a Kellogg em uma publicação no Telegram. "Paz pela força é o princípio do presidente dos EUA, Donald Trump, e apoiamos essa abordagem", disse ele.
Hannah Demissie, da ABC News, contribuiu para esta reportagem.
ABC News