Ameaça de Moscou: Kallas quer unidade entre a OTAN e a UE

Diante da ameaça russa, Kaja Kallas confia na força das alianças ocidentais contra a liderança de Moscou. Por isso, o chefe de política externa da UE apelou aos Estados-membros da União Europeia para que aumentem seus orçamentos de defesa, já que "a Europa está sob ataque".

Em um discurso no Parlamento Europeu , Kallas pediu aos Estados-membros da UE que também são membros da OTAN que aumentem seus gastos militares, especificamente para os cinco por cento de sua respectiva produção econômica anual, propostos pelo presidente dos EUA , Donald Trump . Vinte e três dos 27 Estados-membros da UE também são membros da Aliança de Defesa do Atlântico.

"A Rússia não tem chance contra a OTAN e a UE", disse Kallas em Estrasburgo. "Mas precisamos nos manter unidos", acrescentou o chefe de política externa da UE.

Kallas: "Ameaça direta" da Rússia

Kallas falou aos eurodeputados na cúpula da OTAN em Haia na próxima semana. "Manter a unidade da Aliança é tão importante quanto aumentar os gastos com defesa", disse o chefe de política externa da UE. "Não acredito que exista ameaça que não possamos superar se agirmos juntos e com nossos aliados da OTAN."

Kallas enfatizou que "vivemos em tempos muito perigosos e difíceis". A Rússia "já representa uma ameaça direta" ao violar o espaço aéreo europeu, realizar manobras em suas fronteiras externas, atacar aeronaves, trens, infraestrutura de energia e cabos de internet, e "recrutar criminosos para atos de sabotagem".

Kallas fez o cálculo: no ano passado, a Rússia gastou mais em defesa do que toda a UE. E este ano, a liderança em Moscou está investindo mais em armamentos e no exército do que em saúde, educação e política social juntas. "Não se investe tanto nas forças armadas se não se planeja usá-las", alertou Kallas.

Kallas pede meta de cinco por cento

"A situação geopolítica mudou tão drasticamente em um ano que agora estamos mirando uma meta de 5% do Produto Interno Bruto para defesa." O chefe de política externa da UE pediu que todos os Estados se comprometessem com isso na cúpula da OTAN, nos dias 24 e 25 de junho, em Haia.

Na reunião dos chefes de Estado e de governo da aliança militar, na capital holandesa , serão adotadas, entre outras coisas, novas metas para gastos com defesa. O Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, propôs que os Estados-membros dediquem pelo menos 3,5% de sua produção econômica anual a gastos com defesa e 1,5% à infraestrutura relacionada à defesa até 2032.

Um marco aparentemente foi alcançado: onze anos após a decisão, espera-se que todos os países da OTAN atinjam a meta atual de 2% este ano. Rutte anunciou isso à margem da cúpula do G7 no Canadá . Ele acrescentou que se trata de "uma excelente notícia".

Na cúpula de 2014 no País de Gales , os membros da aliança concordaram em aumentar seus gastos com defesa para pelo menos 2% de seus respectivos produtos internos brutos em dez anos. De acordo com o relatório anual da OTAN, apresentado em abril, 22 dos 32 Estados, incluindo a Alemanha , haviam alcançado essa meta até o final de 2024.

Nos últimos meses, vários países, incluindo Espanha , Itália e Luxemburgo , anunciaram a intenção de atingir a meta de 2% este ano. O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, anunciou no início de junho que seu país atingiria a meta de 2% este ano. Portugal anunciou isso na semana passada, disse o chefe da OTAN, Rutte.

AR/haz (afp, efe, lusa, dpa, ap)