Mapa de pontos críticos: onde ocorrem mais ataques de tubarão

Uma laceração profunda na panturrilha de um turista de 85 anos disparou um alerta de tubarão em Ballermann. A mídia já especula que um tubarão-azul pode ter sido o responsável pelo ataque, já que peixes desse tipo já foram avistados nas águas de Maiorca. Especialistas duvidam da teoria do tubarão, e a mordida tende a contradizer essa teoria.
Seja qual for a causa do ferimento, o Mediterrâneo dificilmente é um local propício para ataques de tubarão. O Arquivo Internacional de Ataques de Tubarão (ISAF), um projeto de pesquisa do Museu de História Natural da Flórida, registrou apenas quatro ataques na região nos últimos dez anos. As vítimas sobreviveram a todos os quatro ataques. Nunca foi determinado qual tubarão mordeu a vítima. Em outras regiões do mundo, no entanto, os ataques ocorrem com uma frequência significativamente maior.
Os Estados Unidos e a Austrália lideram há anos os ataques não provocados de tubarão. Suas costas são áreas de caça para grandes tubarões-brancos e tubarões-tigre, as duas espécies mais comuns em ataques fatais a humanos. Ataques também ocorrem ocasionalmente no Mar Vermelho, nos populares pontos de natação e mergulho na costa egípcia. Mordidas de tubarão-tigre, em particular, costumam ser fatais por lá.
No geral, porém, ataques de tubarão são extremamente raros. Segundo a ISAF, a média é de pouco mais de 60 ataques não provocados por ano, dos quais pouquíssimos são fatais. Considerando os milhões de banhistas, surfistas, nadadores e mergulhadores que se envolvem anualmente, o risco de ser mordido por um tubarão é extremamente baixo.
Tubarões-brancos, tubarões-tigre e tubarões-touro formam os "Três Grandes": os ataques dessas espécies não só são registrados com frequência, como também resultam em mortes. Isso não é surpreendente, visto que são animais muito grandes. Os tubarões-touro têm, em média, cerca de dois metros e meio de comprimento, enquanto os tubarões-tigre e os grandes tubarões-brancos crescem até quatro a cinco metros e, em alguns casos, podem atingir até sete metros de comprimento. Mesmo uma mordida rápida sem a intenção de se alimentar pode resultar em ferimentos graves. Além disso, essas três espécies de tubarões frequentam regularmente águas com presença humana.
No entanto, na grande maioria dos ataques, a espécie de tubarão permanece desconhecida. Isso se deve, em parte, ao fato de muitas espécies serem difíceis de identificar. Tubarões-brancos, tubarões-tigre e tubarões-touro aparecem com tanta frequência nas estatísticas porque são muito fáceis de identificar.
A situação é mais complicada com as diversas espécies de tubarões-requiem, que também incluem os tubarões-azuis. De acordo com o Arquivo Internacional de Ataques de Tubarão, os tubarões-requiem foram responsáveis por 90 ataques não provocados a humanos entre 2014 e 2024, nenhum dos quais fatal.
A maioria dos ataques ocorre em águas costeiras, onde os tubarões caçam. Geralmente, são bancos de areia ou recifes íngremes. Nadadores e surfistas estão entre as vítimas mais comuns.
De acordo com pesquisadores da ISAF, existem três tipos principais de ataques não provocados:
- "Morder e desaparecer": Nesta forma mais comum, os alvos são nadadores ou surfistas. Eles geralmente não veem o tubarão se aproximando, que ataca com a velocidade da luz por baixo, geralmente mordendo apenas uma vez antes de desaparecer novamente. Nesses casos, o predador provavelmente confunde humanos com suas presas habituais, agravado pela pouca visibilidade na água — ou por ondas fortes, que os surfistas preferem.
- "Cutucar e morder": Esta forma mais rara costuma afetar nadadores ou mergulhadores em águas mais profundas. O tubarão primeiro circunda a vítima e depois começa a cutucá-la com o focinho. Quando ataca, costuma morder várias vezes. Ferimentos graves ocorrem e as vítimas frequentemente morrem.
- “Ataques furtivos”: são semelhantes ao ataque de cutucada e mordida, mas ocorrem sem aviso, ou seja, sem circular nem cutucar.
Os pesquisadores suspeitam que a segunda e a terceira formas não sejam intuições equivocadas do tubarão sobre a presa, mas sim ataques deliberados, seja para se alimentar ou para lutar contra rivais. Provavelmente, ocorrem com frequência no contexto de acidentes com navios ou aeronaves, quando os sobreviventes ficam à deriva em alto mar.
Os pesquisadores do International Shark Attack File oferecem várias dicas sobre como reduzir o risco de um ataque de tubarão – ou como reagir no pior cenário.
- Não nade sozinho: tubarões são caçadores cautelosos e têm menos probabilidade de atacar grandes grupos do que indivíduos. Portanto, é melhor ficar perto da costa, onde há mais pessoas na água — e onde a ajuda pode ser alcançada mais rapidamente, se necessário.
- Não nade ao anoitecer ou no escuro: os tubarões preferem caçar de manhã cedo ou à noite e são particularmente ativos nesses horários. Eles também têm uma vantagem perceptiva ainda maior sobre os humanos no escuro.
- Evite áreas com abundância de peixes: tubarões gostam de caçar onde há muitos peixes. Um bom indicador dessas áreas são aves marinhas mergulhadoras ou áreas onde humanos também costumam praticar pesca comercial.
- Não use joias: os reflexos iridescentes das joias na água podem parecer escamas de peixe para os tubarões. Isso pode causar sérias confusões.
- Socos e chutes: No caso extremamente improvável de um tubarão atacar, não fique paralisado de medo. Socos no nariz, de preferência com um objeto duro, podem fazer com que o predador o solte temporariamente, dando-lhe, na melhor das hipóteses, uma oportunidade de escapar da água. Se o tubarão morder, os cientistas recomendam agarrar os olhos ou guelras sensíveis.
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