NASA em crise: Centenas de funcionários alertam sobre cortes no orçamento em carta de protesto

Os cortes orçamentários na agência espacial americana, a NASA, continuam a causar descontentamento. Umacarta ao diretor interino da NASA, Sean Duffy, foi divulgada recentemente, na qual mais de 300 funcionários, atuais e antigos, da agência alertam para as consequências dos cortes. Eles falam de um "desperdício de verbas públicas, uma ameaça à segurança humana, um enfraquecimento da segurança nacional e um enfraquecimento da missão principal da NASA" que as medidas de austeridade ordenadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçam.
Entre os signatários da "Declaração Voyager", título da carta (uma referência à nave espacial americana de mesmo nome), estão vários astronautas, incluindo Dorothy Metcalf-Lindenburger, Catherine Coleman e John Herrington. Este último foi o primeiro nativo americano da tribo Chickasaw a voar para o espaço em 2002.
"Sentimo-nos compelidos a nos manifestar quando nossa liderança prioriza o impulso político em detrimento da segurança pública, do progresso científico e do uso eficiente dos recursos públicos", diz a carta. "Esses cortes são arbitrários e foram feitos em desacordo com a legislação orçamentária do Congresso. As consequências para a agência e para o país são devastadoras."
Os planos de austeridade do presidente americano Trump preveem um corte de cerca de 24% no orçamento da NASA. Este seria o maior corte anual de verbas da NASA na história americana. A agência espacial deve ter US$ 18,8 bilhões disponíveis para o próximo ano. Isso representa cerca de US$ 6 bilhões a menos que este ano. Missões espaciais importantes, como a Mars Sample Return Mission e o foguete SLS para as missões lunares Artemis, estão ameaçadas de cancelamento.

A NASA está sendo vítima das medidas de austeridade de Donald Trump: o orçamento da agência espacial americana está sendo cortado em 24%. Os programas espaciais estão ameaçados de encerramento – e a Europa também deve esperar as consequências.
"Somos contra o cancelamento de missões para as quais o Congresso destinou verbas, pois isso significaria uma perda permanente de capacidade para os Estados Unidos, tanto no espaço quanto na Terra", explicam os funcionários da NASA em sua carta. Eles também criticam os cortes massivos de pessoal na agência espacial "porque eles colocam em risco a missão principal da NASA".
A declaração, dedicada aos astronautas que morreram em acidentes espaciais anteriores, também alerta para a perda de poder dos EUA nas viagens espaciais. A NASA, como organização governamental, desempenha um papel de liderança mundial como centro de ciência e tecnologia. "Pesquisa básica em ciência espacial, aeronáutica e proteção ambiental são funções inerentemente governamentais que não podem e não serão assumidas pelo setor privado", afirma a carta.
"Grandes mudanças programáticas na NASA devem ser implementadas estrategicamente para garantir que os riscos sejam cuidadosamente gerenciados", continuou a equipe. "Em vez disso, nos últimos seis meses, houve mudanças rápidas e desnecessárias que minam nossa missão e têm impactos catastróficos sobre os funcionários da NASA."
Ainda é questionável se a "Declaração da Voyager" poderá trazer mudanças. Afinal, o CEO da NASA, Duffy, é conhecido por ser um apoiador de Trump. Ele assumiu o cargo depois que o candidato original preferido de Trump, Jared Isaacman, foi pessoalmente removido pelo presidente dos EUA – "após uma análise completa de conexões anteriores", como Trump anunciou em seu site Truth Social no início de junho. O próprio Duffy ainda não comentou sobre a "Declaração da Voyager".
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