Sławosz retornou, mas o dispositivo dos nossos engenheiros permaneceu. Este não é o fim da aventura espacial da Polônia.

O LeopardISS é uma unidade de processamento de dados que permite testar algoritmos de aprendizado de máquina sem a necessidade de construir e lançar um satélite separado. A solução foi inteiramente projetada e construída por engenheiros da KP Labs em Gliwice , Polônia, para experimentos de IA flexíveis e repetíveis conduzidos no espaço. A unidade se baseia na experiência anterior da KP Labs com o satélite Intuition-1, que testou algoritmos de IA no espaço.

O dispositivo foi entregue a bordo da Estação Espacial Internacional como parte da missão de reabastecimento SpaceX CRS-32 no final de abril – dois meses antes de Sławosz Uznański-Wiśniewski , o primeiro astronauta polonês em 47 anos, chegar a bordo da estação. Após a chegada do polonês, a unidade foi integrada à plataforma ICE Cubes localizada no módulo europeu Columbus. Gerenciada pela Space Applications Services , esta plataforma de pesquisa fornece acesso padronizado à estação para experimentos científicos e tecnológicos. Ela fornece energia, transmissão de dados e comunicação em tempo real com equipes em terra , permitindo monitoramento contínuo e interação com o sistema.

Treze experimentos fazem parte da missão polonesa. O LeopardISS é um deles.

A primeira tarefa do LeopardISS foi validar algoritmos que suportam o mapeamento autônomo do terreno em 3D para futuras missões de rovers planetários . Este software permite que robôs de exploração operando na superfície da Lua ou de Marte interpretem seus arredores de forma independente, sem a necessidade de supervisão constante de operadores na Terra. Esses algoritmos foram desenvolvidos, otimizados e implementados na plataforma, permitindo sua verificação em condições orbitais reais. Cientistas e estudantes da Universidade de Tecnologia de Poznań, Politechnika Innowacje, e do recém-inaugurado ESA Phi-lab Poland foram os responsáveis pelo projeto.

O LeopardISS é um dos treze experimentos realizados como parte do IGNIS, a primeira missão polonesa de ciência e tecnologia à Estação Espacial Internacional. A missão visa fornecer às instituições e empresas científicas polonesas acesso à infraestrutura da estação.

Na próxima fase do projeto LeopardISS, novas equipes de pesquisa e empresas conduzirão seus próprios experimentos, o que deverá aumentar a disponibilidade de testes em órbita de tecnologias espaciais e facilitar a aquisição de experiência de voo. Cientistas do Phi-Lab da ESA na Polônia, por sua vez, planejam refinar ainda mais os algoritmos desenvolvidos por cientistas e estudantes de Poznań (inclusive no pátio lunar da universidade) e, por fim, participar de uma missão de rover à Lua .