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Campeonato Europeu Feminino de 2025: O que a nova geração da DFB pode alcançar?

Campeonato Europeu Feminino de 2025: O que a nova geração da DFB pode alcançar?

O sol está escaldante, e o termômetro marca bons 30 graus Celsius no calor do meio-dia em Zurique. Linda Dallmann, meio-campista experiente da seleção alemã de futebol feminino, declara seu plano com frieza e objetividade: "Meu objetivo é ser campeã europeia". A jovem de 30 anos acaba de descer do ônibus e acrescenta: "É o mesmo para as outras meninas", "é por isso que estamos aqui. Qualquer outra coisa, eu acho, seria uma afirmação equivocada".

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Uma coisa é certa: a estadia na Suíça para o Campeonato Europeu deve durar o máximo possível. São 27 dias entre a chegada da equipe ao hotel na última segunda-feira e o tão esperado triunfo. A final acontecerá no dia 27 de julho, no St. Jakob Park, em Basileia. A data está confirmada no calendário da equipe do técnico Christian Wück. As partidas da fase de grupos começam na sexta-feira (21h, horário de Brasília), depois a Dinamarca no dia 8 de julho (18h, horário de Brasília) e a Suécia no dia 12 de julho (21h, horário de Brasília).

A seleção parece estar pronta para a busca pelo título bem a tempo – pelo menos é o que sugerem os resultados pouco antes do início dos preparativos para o Campeonato Europeu. Uma vitória por 4 a 0 sobre a Holanda foi seguida por uma goleada por 6 a 0 sobre a Áustria. Uma delas também está competindo na Suíça, mas revelou muitas fraquezas, enquanto a outra nem sequer está classificada. No entanto, os resultados finais antes do Campeonato Europeu comprovam uma evolução positiva desde que Wück assumiu o comando no final do verão de 2024.

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Mas a verdade é: grandes sucessos já se foram. Nove anos atrás, a seleção feminina de futebol conquistou o ouro olímpico da Federação Alemã de Futebol (DFB). Os anos seguintes foram turbulentos, marcados pela saída do símbolo de glamour e glória: Silvia Neid. Após a vitória olímpica, ela deixou o cargo de técnica da seleção, após ficar afastada desde 2005.

A seleção feminina da Alemanha venceu o Campeonato Europeu pela última vez em 2013. Agora, o técnico Christian Wück quer recomeçar o Campeonato Europeu. Quem participa pela primeira vez? E o que torna as jogadoras especiais?

Anteriormente, ela atuou como assistente de Tina Theune-Meyer por nove anos. Nessa função, a atleta, agora com 61 anos, conquistou três títulos do Campeonato Europeu e um do Campeonato Mundial em 2003. Como técnica principal, ela se tornou campeã mundial em 2007 e campeã europeia em 2009 e 2013.

A Alemanha, sob a liderança de Neid, demonstrou seu domínio, chegando a desbancar os EUA, campeões recordistas da Copa do Mundo, do topo do ranking mundial da FIFA por quase seis meses em dezembro de 2014. A medalha de ouro no Rio de Janeiro coroou a era brilhante de Neid; foi o único sucesso que ela havia perdido até então. Ela deixou um legado enorme para preencher. Sua sucessora foi Steffi Jones.

Esperava-se que a estrela, Jones, continuasse o desenvolvimento sem ter demonstrado previamente suas qualidades como técnica. A jogadora, agora com 52 anos, foi responsável pela Copa do Mundo de 2011 como presidente do comitê organizador e, posteriormente, assumiu o cargo de diretora da DFB para futebol feminino, futebol feminino e futebol escolar. Ela trouxe apenas um ano de experiência como assistente técnica de Neid para a comissão técnica.

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Com essa transição, veio o ponto de virada que começou com o fracasso no Campeonato Europeu de 2017. Devido à forte chuva, as quartas de final contra a Dinamarca foram adiadas em cima da hora para o meio-dia do dia seguinte. Segundo fontes próximas à equipe na época, Jones optou por um time titular diferente do planejado – optando por uma rotina. O plano saiu pela culatra, e o torneio terminou antes das semifinais pela primeira vez desde 1989. "A derrota também é minha responsabilidade", admitiu Jones posteriormente.

Uma foto de tempos de sucesso: Silvia Neid (à direita), então assistente técnica, comemora o título do Campeonato Europeu de 2005. A capitã e artilheira Birgit Prinz (número 9) ergue o troféu.

Uma foto de tempos de sucesso: Silvia Neid (à direita), então assistente técnica, comemora o título do Campeonato Europeu de 2005. A capitã e artilheira Birgit Prinz (número 9) ergue o troféu.

Fonte: imagens imago/Sven Simon

Mesmo assim, a DFB estendeu seu contrato até a Copa do Mundo de 2019. No entanto, quando a classificação para a Copa do Mundo ficou em risco e a seleção terminou em último lugar em um torneio de quatro nações em março de 2018, ela teve que sair. Jones admitiu erros posteriormente em uma entrevista ao "Welt". "Eu simplesmente não estava preparada para muitas coisas. Tive que aprender isso da maneira mais difícil", disse ela.

Sob o comando de Horst Hrubesch, que também atuou como diretor esportivo da associação, a equipe, ainda instável, chegou ao torneio continental. Hrubesch sempre gozou de uma reputação excepcional dentro e fora de campo. Muitos esperavam uma permanência mais longa – pelo menos até o torneio. No entanto, no final de 2018, como diretor esportivo, ele escolheu Martina Voss-Tecklenburg como técnica, que assumiu no início do ano seguinte, na Copa do Mundo.

Após a eliminação nas quartas de final, como no caso de Jones, Voss-Tecklenburg permaneceu, apesar das dúvidas relatadas por Hrubesch – e teve que navegar por tempos complicados. Os três anos seguintes às comemorações olímpicas e o fim da era Neid prejudicaram severamente a imagem do time feminino da DFB, sem deixar vestígios de sua antiga glória.

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A terceira pessoa no comando, que ficou fora de campo desde então, não iniciou nem mudanças nem um novo começo. Durante a pandemia do coronavírus, a relação interna de confiança entre ela e os jogadores sofreu cada vez mais. O conteúdo dos treinos e a comunicação interpessoal foram duramente criticados. O clima mudou.

Ex-treinadora nacional Steffi Jones após sua demissão

Devido ao fraco desempenho na Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos, adiados para 2021, foram realizados sem a Alemanha. O Campeonato Europeu de 2022, também adiado por um ano, foi, portanto, apenas o segundo torneio de Voss-Tecklenburg. A seleção alemã de futebol feminino impressionou mais uma vez, embora em condições difíceis, já que a relação com o técnico nacional ainda era, segundo relatos, frágil.

A seleção nacional não era mais considerada um porto seguro. A constrangedora eliminação na fase de grupos da Copa do Mundo de 2023 foi um reflexo adequado da situação interna da seleção da DFB. "MVT" estava de licença médica após o torneio, brevemente substituída por sua assistente Britta Carlson e, em seguida, por Hrubesch, que retornava interinamente.

Seguiu-se uma discussão acalorada entre a associação e a ex-técnica da seleção, ou melhor, seus advogados, porque a atleta, agora com 57 anos, discursou em eventos apesar de estar de licença médica, antes de finalmente perder o emprego. A seleção feminina da DFB se classificou para as Olimpíadas sob o comando do popular técnico interino Hrubesch, e em Paris, as "meninas", como ele sempre as chamava carinhosamente, conquistaram o bronze – incluindo algumas manchetes bem-vindas e encorajadoras.

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Desde então, outros foram responsáveis ​​pela reviravolta. A ex-jogadora da seleção alemã Nia Künzer, diretora de futebol feminino da DFB, assumiu em janeiro de 2024. Ela enfrentou uma "tarefa gigantesca" (Hrubesch) – garantir um plano de sucessão de longo prazo para que as coisas pudessem avançar. Wück (53) assumiu. Um homem muito valorizado na DFB por seu trabalho com as seleções de base masculinas: em 2023, o franconense conquistou o Campeonato Europeu e a Copa do Mundo com a seleção sub-17. Pode-se dizer que os sucessos são semelhantes aos de Hrubesch. De acordo com informações da RND, Wück inicialmente pediu um tempo para refletir sobre o assunto após discussões com Künzer e o diretor-gerente da DFB, Andreas Rettig, mas depois concordou.

Sob o comando de Wück, cabe agora à capitã Giulia Gwinn e sua equipe celebrar o sucesso novamente. A jogadora de 25 anos está na vanguarda da nova geração de jogadoras. Ela raramente é associada aos fracassos da Alemanha nos últimos anos, mas sim aos poucos destaques. Em seu primeiro torneio vestindo a águia alemã – a Copa do Mundo de 2019 – a atual bicampeã do FC Bayern de Munique foi um dos poucos destaques, recebendo o prêmio de "Melhor Jogadora Jovem".

Comemorações pelo bronze: Horst Hrubesch e suas “garotas” em Paris.

Comemorações pelo bronze: Horst Hrubesch e suas “garotas” em Paris.

Fonte: Marcus Brandt/dpa

Em 2022, Gwinn brilhou pela Alemanha, vice-campeã europeia, e foi nomeada para a equipe do torneio. Gwinn não compareceu ao vexame da Copa do Mundo de 2023 com sua segunda ruptura do ligamento cruzado. Nas Olimpíadas, ela marcou o único gol na disputa pela medalha de bronze contra a Espanha.

Agora, a lateral está no comando. Desde março de 2024, sete jogadoras da seleção nacional se aposentaram, incluindo a líder defensiva Marina Hegering, as goleiras Merle Frohms e o colunista da RND Almuth Schult, e a capitã e artilheira de longa data Alexandra Popp. Os últimos meses sob o comando de Wück revelaram alguns problemas que lembram tempos antigos e turbulentos. A comunicação da técnica, inexperiente no futebol feminino, irritou alguns. Os insatisfeitos perderão a Eurocopa, e Sara Doorsoun posteriormente renunciou ao cargo. Em termos esportivos, no entanto, a equipe recém-formada gradualmente encontrou seu ritmo. Lembre-se das atuações na Liga das Nações no final de maio e início de junho, quando a Alemanha chegou à fase final do torneio como vencedora do grupo.

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Apesar de algumas divergências, Wück formou uma equipe que aprecia o que vivencia com a equipe da DFB. "A constelação é diferente de antes", diz Dallmann. O treinamento em Herzogenaurach comprovou isso – no campo, na piscina e em um show privado do ícone pop Wolfgang Petry. As jogadoras mostraram a visita ao seu treinador, que ficou visivelmente impressionado, como mostram os vídeos nas redes sociais.

Capitã da DFB Giulia Gwinn

O espírito de equipe é forte e a atmosfera é boa. Juntamente com a qualidade do futebol, esses são pré-requisitos fundamentais para um torneio de sucesso. Fontes da equipe afirmam que isso não acontece há anos – apesar de alguns lampejos de esperança.

Isso provavelmente também se deve ao fato de que, apesar de algumas dificuldades, Wück conta com total apoio interno; a relação entre ele e Gwinn, em particular, parece de confiança. "Queremos criar a sensação, como antes do Campeonato Europeu de 2022, de podermos contar uns com os outros", disse o morador de Munique em entrevista recente à RND. Na época, isso se limitava mais aos jogadores, devido ao rompimento com Voss-Tecklenburg.

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Desta vez, as coisas são diferentes. Apenas Sara Däbritz e Kathrin Hendrich (de plantão no Brasil) permanecem entre as campeãs olímpicas. O elenco de Wück inclui sete estreantes em torneios. "Elas mostram a energia, a alegria, exatamente o que precisamos", diz Dallmann. Gwinn enfatiza o objetivo: "Chegar à final novamente seria, claro, fantástico."

A nativa de Friedrichshafen é "perfeccionista" e não quer "voltar para casa com a prata pela segunda vez" como em 2022. Com ela, uma nova geração busca grande fortuna. Livre dos obstáculos do passado, a ambiciosa capitã quer moldar uma era de ouro. Ou, em outras palavras: liderar uma geração de vencedores.

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