Relatório de máscara | Ines Schwerdtner: Jens Spahn deveria renunciar
Berlim. Após obter informações sobre o relatório da investigação sobre a aquisição de máscaras, a líder do Partido de Esquerda, Ines Schwerdtner, está pressionando por uma ruptura política para o ex-ministro da Saúde e líder do grupo parlamentar da CDU, Jens Spahn (CDU). "Talvez ele precise de um tempo longe da arena política para refletir sobre suas ações", disse Schwerdtner à revista Spiegel na terça-feira. "Este homem nunca mais deve ocupar um cargo ministerial." Ele também afirmou que não é mais aceitável como presidente do grupo parlamentar da CDU após suas ações "arbitrárias" como Ministro da Saúde.
O pano de fundo das duras críticas é o relatório de 188 páginas da investigadora especial Margaretha Sudhof (SPD), que o Ministério da Saúde apresentou à Comissão de Orçamento do Bundestag – embora com vários trechos omitidos. O Ministério da Saúde, sob a atual chefia do departamento, Nina Warken (CDU), distanciou-se do relatório, e Warken não quer publicá-lo.
A investigação conclui que Spahn embarcou em uma aquisição em larga escala de máscaras de proteção "contra a recomendação de seus departamentos especializados". A decisão do político da CDU de lidar sozinho com a aquisição continua a acarretar "custos e riscos consideráveis", afirma.
"O relatório demonstra implacavelmente como Spahn agiu autocraticamente como uma empresa individual", diz Schwerdtner. Sem competência suficiente, o então ministro da Saúde ignorou o aconselhamento de especialistas e concedeu contratos a contatos pessoais. O líder do Partido de Esquerda acusa Spahn de agir de forma ineficiente e ineficaz, e também não demonstra nenhum sinal de culpa.
Para discutir os eventos, uma sessão de atualidades será realizada na tarde de quarta-feira, a pedido do Partido de Esquerda, e outra na tarde de quinta-feira, a pedido do Partido Verde.
"Em vez de lançar mais cortinas de fumaça, precisamos de uma investigação parlamentar abrangente sobre os acordos de máscaras de Jens Spahn", disse Irene Mihalic, a primeira secretária parlamentar do Partido Verde, à Agência Alemã de Imprensa em Berlim. "Não se trata de pequenos deslizes, mas de bilhões de euros." Os cidadãos merecem total transparência e esclarecimento.
A Esquerda e os Verdes também criticam a forma como Warken, colega de partido de Spahn, lidou com o relatório. "Como esperado, o relatório Sudhof só chega ao Parlamento com redações massivas; algumas páginas estão completamente omitidas", explicou a política orçamentária do Partido Verde, Paula Piechotta. "Spahn e Warken continuam tentando dizer apenas o mínimo, enquanto os contribuintes alemães continuam perdendo bilhões por causa dos acordos de Spahn com máscaras."
Warken e Spahn planejam comentar o relatório na Comissão de Orçamento na quarta-feira. Piechotta anunciou que faria "perguntas muito específicas" sobre a suscetibilidade de Spahn à chantagem e "por que ele tantas vezes considerou os interesses das empresas filiadas à CDU mais importantes do que os interesses dos cidadãos".
Pelo menos partes do relatório já haviam sido vazadas para a mídia com antecedência; o Süddeutsche Zeitung, a NDR e a WDR já o haviam citado duas semanas antes. O portal de notícias T-Online tornou público o relatório da investigação na tarde de terça-feira, embora ele permaneça confidencial. "A equipe editorial acredita que a transparência da ação governamental neste caso supera o interesse do Estado e das empresas envolvidas em manter o sigilo", afirmou o T-Online.
A CDU/CSU defende Spahn. "Naquela época, era necessária uma ação rápida e pragmática, não os procedimentos usuais", disse o gestor parlamentar da CDU/CSU, Steffen Bilger (CDU), na terça-feira, em Berlim. Sudhof, acrescentou, "certamente não é um especialista independente".
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