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A inovação não é algo bom de se ter, mas sim algo essencial

A inovação não é algo bom de se ter, mas sim algo essencial

Em seu acordo de coalizão de 2025, o novo governo alemão tem um foco claro na promoção da inovação e da pesquisa – inclusive no setor da saúde. Pretende dar ênfase especial à digitalização e à promoção da inovação. Considerando os grandes desafios enfrentados pelo sistema de saúde – como a escassez de profissionais qualificados, as mudanças demográficas e a crescente pressão sobre os custos – e, ao mesmo tempo, as oportunidades oferecidas pelos avanços tecnológicos e médicos, fica claro que as inovações são um pré-requisito fundamental para a viabilidade futura da saúde. Elas constituem uma base crucial para um atendimento eficiente, de alta qualidade e centrado no paciente.

O acordo de coalizão propõe, portanto, moldar a estrutura de forma que as inovações sejam promovidas sistematicamente, reduzindo simultaneamente a burocracia. A necessidade de uma assistência médica moderna e inovadora é enfatizada. As principais áreas incluem a promoção de abordagens digitais, como o prontuário eletrônico do paciente (ePA) e a telemedicina, bem como, por exemplo, a criação de um biobanco nacional para apoiar a medicina personalizada e reduzir os obstáculos burocráticos à pesquisa e à inovação.

Digitalização e IA para cuidados eficientes

A digitalização tornou-se há muito tempo um desafio estratégico central na área da saúde. Os prontuários eletrônicos dos pacientes e os processos apoiados por IA visam permitir um atendimento cada vez mais personalizado e eficiente. O objetivo político central também é aumentar a velocidade e a qualidade do tratamento por meio da integração significativa de ferramentas digitais. A política digital visa fortalecer especificamente tecnologias-chave, como inteligência artificial e robótica.

Em muitas áreas — como radiologia e imagem, cardiologia e oncologia — o uso da IA ​​já progrediu, embora ainda seja necessário avançar para uma integração abrangente à prática clínica diária. A IA pode auxiliar diagnósticos e também ajudar a otimizar o planejamento do tratamento. A análise direcionada pode identificar padrões e correlações que permitem um tratamento individualizado. Politicamente, uma "ofensiva da IA" está sendo proposta atualmente, também com foco em pesquisa e universidades.

Íris Hauth

Íris Hauth

© Claudia Burger

Com a Lei Digital e a Lei de Uso de Dados de Saúde, as bases para o aproveitamento sistemático do potencial dos dados de saúde já foram lançadas durante a última legislatura. Ambas as leis marcam uma mudança de paradigma, criando a estrutura para uma assistência médica orientada por dados, baseada em evidências e favorável à inovação.

Prontuários eletrônicos de pacientes com cláusulas de opt-out podem desempenhar um papel fundamental nesse sentido – não apenas para a área da saúde, mas também para a pesquisa. Regulamentações claras e acesso simplificado a dados clínicos de rotina podem dar à pesquisa médica uma base nova e significativamente mais sólida. Isso não apenas acelerará a transferência de conhecimento, mas também tornará o caminho entre as evidências científicas e a aplicação na área da saúde mais eficiente no futuro.

Redes como agentes de mudança estrutural

Inovações raramente surgem isoladamente, mas sim em estruturas de saúde interconectadas. Redes interdisciplinares são essenciais para alavancar sinergias e tornar as inovações médicas disponíveis de forma rápida e abrangente. A integração estreita de hospitais universitários com clínicas em vários níveis de atendimento contribuirá significativamente para isso.

Além disso, o governo federal defendeu regulamentações para abordagens pioneiras, como terapias celulares e genéticas. Uma "Lei de Liberdade de Inovação" também pretende entrar em vigor e liberar a pesquisa da burocracia de financiamento fragmentado, acelerando-a.

A Dra. Iris Hauth é diretora científica do Fórum de Medicina e Inovação no Congresso de Medicina e Saúde da Capital e membro do Conselho de Curadores da Fundação Alexian Brothers.

Já existem projetos, como o projeto-piloto de Sequenciamento do Genoma, que podem ser interpretados como um impulso inovador e pioneiro para um tratamento direcionado e aprimorado. Este projeto-piloto pode servir de modelo para a introdução de novas inovações na área da saúde. Ele oferece uma excelente oportunidade para introduzir inovações médicas em um ambiente protegido, ao mesmo tempo em que se acumula experiência valiosa que, posteriormente, facilitará a implementação generalizada. A implementação direcionada pode ser alcançada, especialmente para terapias complexas que também podem estar associadas a custos e riscos médicos significativos.

Jens Scholz

Jens Scholz

© Freya Lücke

Colaboração interprofissional

Outro fator fundamental para a inovação e maior eficiência no atendimento é a colaboração interprofissional. A colaboração estreita entre diferentes grupos profissionais cria novas perspectivas. Essa diversidade de expertise não só permite processos mais eficientes, como também melhora a qualidade do atendimento ao paciente. Inovações também exigem um ambiente interprofissional para uma implementação bem-sucedida.

As crescentes demandas sobre os profissionais de saúde devido às complexas necessidades de cuidado reforçam a necessidade de colaboração interprofissional e o reajuste de competências. Elas também tornam essenciais estratégias modernas de desenvolvimento de recursos humanos. Isso inclui a integração bem-sucedida de profissionais de saúde acadêmicos na prática clínica.

Da mesma forma, as competências de todos os grupos profissionais da área da saúde devem ser melhor aproveitadas no futuro. Ao mesmo tempo, a adaptação dos perfis de trabalho à crescente complexidade pode levar à melhoria da qualidade do atendimento. A colaboração interprofissional e o progresso científico andam de mãos dadas. É exatamente isso que pretendemos alcançar em um futuro próximo com a legislação sobre competências de enfermagem ou o "Enfermeiro de Prática Avançada".

O Prof. Dr. Jens Scholz é Diretor Científico do Fórum de Medicina e Inovações do Congresso de Medicina e Saúde da Capital, Presidente da Associação de Hospitais Universitários da Alemanha (VUD), Presidente do Conselho de Administração e Membro do Conselho de Saúde/CEO do Hospital Universitário de Schleswig-Holstein (UKSH).

O futuro da saúde será significativamente moldado por inovações. Digitalização, IA, implementação sensata de inovações e colaboração interprofissional são elementos-chave que permitem que os avanços médicos sejam traduzidos em prática clínica. A inovação é fundamental para a sustentabilidade, especialmente no setor da saúde. Não é opcional, mas sim a base para um sistema de saúde preparado para o futuro. Muitos desses tópicos serão discutidos no "Fórum Medicina e Inovação" no Congresso Capital 2025.

Arzte zeitung

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