A Espanha quer sediar a Copa do Mundo de Clubes de 2029 e espera um acordo com a Arábia Saudita, que também está na disputa.

Além do calor e das tempestades, a primeira Supercopa do Mundo de clubes , com estádios lotados nas partidas mais importantes e nas principais cidades, está atraindo a atenção de diversas federações dispostas a organizar a próxima, prevista para 2029. E a Espanha está na briga. Rafael Louzán , presidente da RFEF , participou de várias reuniões realizadas em Miami com a FIFA e as federações na última semana e manifestou seu apoio à realização do torneio. Claro, ele não está sozinho: Arábia Saudita , em primeiro plano, e Brasil e Marrocos em um nível inferior também se juntaram à briga para realizar a edição em quatro anos.

É importante lembrar que a realização do Mundial de Clubes não tem relação com a organização da Copa do Mundo para seleções internacionais, ao contrário da antiga Copa das Confederações , que estava vinculada à realização da Copa do Mundo. Trata-se de eleições independentes, embora os EUA tenham sido o país-sede da primeira. As boas relações entre Gianni Infantino e Donald Trump aceleraram a escolha americana, com o príncipe saudita Bin Salman como figura econômica fundamental.

A estreita relação da FIFA com os sauditas, a insistência do governo saudita em organizar eventos para promover sua famosa " Visão 2030 " e o poder econômico do país, principal investidor neste primeiro Mundial de Clubes, fazem dela uma forte candidata.

Otimismo em Las Rozas

A Federação Espanhola de Futebol, por sua vez, quer mudar sua política de organização de eventos futebolísticos, algo que Louzán deixou claro em suas reuniões em Miami. O país está a caminho de sediar duas Copas do Mundo de seleções, uma delas compartilhada com Marrocos e Portugal, mas não sedia grandes torneios há várias décadas. O novo presidente pretende mudar isso.

As boas relações entre Espanha e Arábia Saudita, consolidadas pela Supercopa da Espanha e pela gestão das candidaturas de 2030 e 2034, estão gerando otimismo em Las Rozas. O objetivo da Espanha é acelerar o processo e negociar para que ambos os países garantam os Mundiais de Clubes de 2029 e 2033.

O Mundial de Clubes nos Estados Unidos contou com 12 sedes , número semelhante ao oferecido pela Espanha para a Copa do Mundo de 2030, 63 partidas pelo país e 32 seleções distribuídas por diversas sedes auxiliares, algo que também não representa um problema para as instalações do futebol espanhol, que são superiores, por exemplo, às do Marrocos.

O interesse da RFEF é claro, e isso também serviria como ponto de partida para a Copa do Mundo de 2030, para testar a logística que implementariam no verão seguinte. Os Estados Unidos também estão adotando essa abordagem.

A corrida, no entanto, não será fácil. Além de Arábia Saudita e Espanha, Brasil e Marrocos também estão na disputa para sediá-la e, assim como Louzán, foram enfáticos nas reuniões da semana passada: querem o torneio. O Brasil sediou a Copa do Mundo de 2014 e a Copa das Confederações de 2013, e o presidente da federação, Samir Xaud , quer acrescentar um ponto positivo após ter sido escolhido para suceder Ednaldo Rodrigues, o chefe visível da 'canarinha' até algumas semanas atrás. " Estamos dispostos a sediar essa Copa do Mundo e trabalharemos para que isso seja possível", disse ele.

A vontade do Marrocos , anunciada pelo Marca e confirmada por este jornal, surpreendeu a Federação Espanhola e, mais uma vez, evidencia algumas das contradições e problemas que surgiram na candidatura à Copa do Mundo de 2030. O país do norte da África continua na luta para sediar a final da Copa do Mundo que divide com a Espanha, apesar de a RFEF presumir que será em solo espanhol, aguardando para decidir entre o Bernabéu e o Camp Nou , e agora também demonstrou sua intenção de se candidatar ao Mundial de Clubes. Sua capacidade logística e financeira parece inferior, mas no futebol de hoje tudo é possível.