Marco Rubio admite que cartéis mexicanos compram armas nos EUA

CIDADE DO MÉXICO (apro).- O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, admitiu que os cartéis mexicanos “têm armas que compram nos Estados Unidos” e afirmou que há partes do México governadas por organizações “terroristas”.
Durante uma audiência na Câmara na quarta-feira, 21 de maio, Rubio enfatizou que a cooperação de segurança das autoridades mexicanas tem sido "bastante positiva" e que o México tem sido "muito receptivo" às preocupações levantadas pelo governo Trump:
"(As autoridades) aumentaram sua cooperação de segurança conosco, (embora) ainda haja trabalho a ser feito na migração", disse ele.
Ele chegou a anunciar que, nas próximas semanas, pretende viajar ao México com outros membros do gabinete para promover a aliança bilateral.
Ele também indicou que as principais áreas que os Estados Unidos querem abordar com o México são comércio e segurança.
"Temos um interesse mútuo. Os cartéis que operam no México e ameaçam o Estado transportam armas compradas em nosso país e enviadas para lá. Queremos ajudar a conter esse fluxo", disse ele.
O secretário acrescentou que "há partes do México governadas por cartéis", onde a violência política "é real", referindo-se ao assassinato de Ximena Guzmán e José Muñoz, colaboradores da prefeita da Cidade do México, Clara Brugada.
"Acredito ter ouvido ontem à noite que mais duas pessoas foram assassinadas na Cidade do México, ligadas ao prefeito. A violência política lá é real. As autoridades estão empenhadas em perseguir esses cartéis e queremos ajudá-los a se equipar e fornecer informações para combatê-los", disse ele.
Ele disse que vários desses grupos criminosos já foram declarados "organizações terroristas globais" por Washington e reiterou que as autoridades mexicanas estão "cooperando mais do que nunca" na captura e extradição de criminosos procurados pelos Estados Unidos.
Após retornar à Casa Branca em janeiro, Trump designou grupos como o Cartel de Sinaloa, o Cartel do Nordeste e o Cartel da Nova Geração de Jalisco (CJNG) como organizações terroristas estrangeiras.
Resposta de Sheinbaum às declarações de RubioDurante sua coletiva de imprensa matinal em 22 de maio, a presidente Claudia Sheinbaum pediu ao secretário de Estado que não especulasse ou tirasse conclusões precipitadas sobre o assassinato de Guzmán e Muñoz, ocorrido na terça-feira, 20 de maio, em Calzada de Tlalpan:
"Não quero dizer nada a ninguém, nem mesmo ao Secretário de Estado Marco Rubio. Investigações devem ser conduzidas para determinar a causa e o motivo deste lamentável e trágico homicídio. Portanto, nenhuma especulação pode ser feita até que todas as investigações sejam concluídas", afirmou.
Ele anunciou que não tem intenção de aumentar as medidas de segurança e negou que algum colaborador tenha recebido ameaças.
A Procuradoria-Geral da Cidade do México (FGJCDMX) e a Secretaria de Segurança Cidadã (SSC) informaram que estão procurando quatro pessoas ligadas ao crime. Até o momento, eles garantiram que não há hipótese conclusiva para o duplo homicídio.
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