O Real Madrid se despede de Modric, o jogador com mais títulos de sua história.

Será uma questão (quase) de espaço. Embora o Real Madrid não o tenha confirmado oficialmente, parece que a sua intenção é, neste sábado, frente à Real Sociedad, levar para o relvado todos os títulos (15) com que Carlo Ancelotti se despede. Se quiser fazer o mesmo com Luka Modric , de quem houve despedida oficial na tarde de quinta-feira, talvez o campo do Bernabéu seja pequeno, já que estamos falando do jogador com mais títulos da história do Real Madrid (28). E isso é dizer muito.
Por meio de uma publicação no Instagram (o jogador) e de um comunicado (o clube), ambas as partes tornaram público ontem o que já era suspeitado. Embora Modric quisesse ficar por mais uma temporada e encerrar sua carreira naquele último ano e jogar a Copa do Mundo no México, Estados Unidos e Canadá, o Madrid disse não. "O Real Madrid CF e nosso capitão Luka Modric concordaram em encerrar um período inesquecível como jogador do nosso clube ao final do Mundial de Clubes, que nossa equipe jogará nos Estados Unidos a partir de 18 de junho", diz o primeiro parágrafo do comunicado do clube. Modric estenderá assim seu contrato, que expirava em 30 de junho, pelo número de dias necessário, dependendo de quão longe a equipe for no novo torneio.
Um jogador inesquecível vai embora. Esses 28 títulos, resolvidos em seis Ligas dos Campeões, quatro Ligas, seis Mundiais de Clubes, cinco Supercopas da Espanha, cinco Supercopas da Europa e duas Copas do Rei, explicam uma trajetória maravilhosa que começou, para o Madrid, no verão de 2012, quando Florentino Pérez teve que arregaçar as mangas para tirá-lo do Tottenham em troca de 42 milhões, não sem antes negociar durante muitos dias, durante muitas horas, com Daniel Levy , o presidente, um dos "ogros" do futebol europeu na hora de lidar com esse tipo de operação.

Nestas 13 temporadas, uma das mais vitoriosas da história do Madrid, o croata foi peça fundamental do projeto até a temporada passada, quando sua luz, mais pela idade do que por qualquer outra coisa, começou a se apagar. Ele perdeu destaque gradualmente sob o comando de Ancelotti, algo que continuou nesta temporada, apesar das estatísticas mostrarem 55 partidas disputadas em todas as competições, quase metade delas como titular. Aos seus títulos coletivos, devemos acrescentar a Bola de Ouro que conquistou em 2018, sendo o único jogador que conseguiu quebrar a tirania de Messi e Cristiano Ronaldo na última década.
"Mas, além dos títulos e das vitórias, carrego no coração o carinho de todos os torcedores do Real Madrid. Realmente não sei como explicar a conexão especial que tenho com vocês e o quanto me senti e ainda me sinto apoiado, respeitado e amado. Jamais esquecerei cada ovação e cada gesto de carinho que vocês me demonstraram. Saio com o coração cheio", expressou o croata ontem nas redes sociais. Inicialmente, ele pretende estender sua carreira esportiva por mais um ano para chegar à Copa do Mundo. A questão é onde.
O presidente teve palavras gentis para ele. Ele permanecerá para sempre no coração de todos os torcedores do Real Madrid como um jogador de futebol único e exemplar, que sempre representou os valores do Real Madrid. Seu futebol cativou os torcedores do Real Madrid e de todo o mundo. Seu legado viverá para sempre.
elmundo