'Eles estão procurando maneiras de economizar na reforma trabalhista, mas faremos o debate no Congresso', diz ministro do Trabalho

Em entrevista ao EL TIEMPO, o ministro do Trabalho, Antonio Sanguino, fala sobre a próxima reforma trabalhista, que começará seu novo capítulo esta semana no Congresso. Ele diz que os tempos são difíceis e que há minorias; No entanto, ele garante que farão o debate. Segundo seus cálculos, o projeto geraria cerca de 92.000 novos empregos por ano.

Debate sobre a consulta popular. Foto: Milton Diaz/El Tiempo
Vários congressistas entraram com ações judiciais porque há provas documentais e audiovisuais que indicam irregularidades na votação. Para nós, um referendo é compatível com a retomada da reforma no Congresso. Na verdade, consideramos a consulta como uma apólice de seguro de vida da reforma, caso ela seja descumprida ou "esquecida". Entretanto, se o projeto de lei for aprovado, isso não será necessário. Por enquanto, estamos interessados no debate que está acontecendo.
A reforma foi enviada à Quarta Comissão do Senado da República. Você tem alguma esperança de que isso aconteça? Se o presidente do Senado (Efraín Cepeda) enviou a reforma à Quarta Comissão, é porque lá eles têm grandes maiorias. Depois de tudo o que aconteceu, o que eles querem é dar à força de trabalho um segundo enterro adequado.
E você acha que eles teriam tempo suficiente para processar o projeto antes de 20 de junho, o fim do período legislativo? É verdade que há um prazo para processar adequadamente a reforma durante o restante deste mandato, e isso é inteiramente responsabilidade de Cepeda, já que ele arquivou o recurso ao colapso do sistema por dez semanas.

Ministro do Trabalho, Antonio Sanguino. Foto: César Melgarejo. O TEMPO
Estamos procedendo com otimismo moderado, mas nos engajaremos no debate democrático que sempre mantivemos. Foi isso que fizemos nos procedimentos do Sétimo Comitê da Câmara e do Senado. Queremos garantir os direitos dos trabalhadores e é por isso que o presidente (Gustavo Petro) nos convidou para nos reunirmos e mantermos a mobilização em alta.
Você poderia reduzir o projeto às 12 perguntas do referendo? Os cidadãos desconhecem os 82 artigos do projeto de lei, mas conhecem as 12 questões colocadas pelo referendo. Realizaremos o debate parlamentar correspondente para aprovar a reforma. Não queremos que ela seja estilizada e mantida no mínimo.
Mas eles poderiam ceder, por exemplo, em questões-chave do projeto de lei, como as sobretaxas mais altas noturnas e de domingo? Já tínhamos combinado de começar o turno da noite às 19h. (hoje são 21h). Agora não venha nos dizer que deve começar às 20h59. Alguns estão procurando maneiras de economizar na reforma, mas teremos o debate. Vamos argumentar e defender o que consideramos justiça trabalhista em relação a uma reforma.
Uma das críticas repetidamente feitas por empresários e especialistas é que a reforma não abrange mais da metade dos trabalhadores que atualmente estão empregados informalmente. Como resolver essa situação? O que não pode ser uma carreira, que é o que acontece nos últimos 23 anos, é que, para proteger o setor informal, comprometemos os direitos do setor formal. Já que seis em cada 10 trabalhadores são informais, então vamos nos ferrar com os formais! Não é esse o caso. Temos que formalizar o máximo possível, acabar com a terceirização de mão de obra e acabar com os contratos sindicais que estão precarizando o emprego no país. Eles têm medo de contratos sem prazo determinado.

O referendo fracassou, e a reforma trabalhista foi retomada em uma sessão acalorada no Congresso. Foto: Nestor Gomez. O TEMPO
Estamos abertos a todas as propostas possíveis e medidas concretas para formalizar o emprego. De fato, uma das questões do referendo era implementar taxas diferenciadas para empresas, a fim de promover a formalização de negócios e o acesso a crédito mais barato.
Um relatório preparado por pesquisadores do Banco da República estimou que a reforma cortaria 450.000 empregos formais... É um estudo anterior, mas temos outro que diz que a reforma geraria 92.000 novos empregos por ano.
O que aconteceu com os decretos de reforma trabalhista que você prometeu aprovar? Os decretos já estão prontos e estão sendo revisados pelo Departamento Jurídico e pelo Presidente. Esperamos que elas possam ser emitidas nos próximos dias.
Então elas sairiam paralelamente ao debate da reforma no Congresso? Sim, porque fazem parte de um capítulo que foi eliminado da reforma e que corresponde aos direitos coletivos, que são compromissos da Colômbia com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Seria apenas uma questão de direitos coletivos.
Faltam menos de dois meses para a reforma da Previdência entrar em vigor. Está tudo pronto? Esta semana emitimos o decreto do Banco da República, e o contrato entre o Ministério das Finanças e o Banco da República será publicado em seguida. Além disso, estamos finalizando um acordo com a Universidade Nacional, mas o importante é ressaltar que a reforma da previdência não pode ser revertida.

Antonio Sanguino, Ministro do Trabalho, em entrevista ao EL TIEMPO. Foto: Captura de tela: ELTIEMPO
Confio que o Tribunal Constitucional, em seu bom senso, validará a correta tramitação da reforma no Congresso e entenderá que esse direito a uma velhice digna não pode ser obstruído por considerações legais que possam não ser compatíveis ou consistentes com o que o Congresso votou, tanto em termos do conteúdo da reforma quanto de seu processo legislativo.
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