Governo da Cidade do México em apuros após protestos violentos

O governo da Cidade do México declarou sua posição após os violentos protestos antigentrificação: condena veementemente a violência e a xenofobia, mas reconhece a gravidade do problema subjacente. A crise se torna o primeiro grande teste político para o novo governo de Clara Brugada.
Os violentos protestos antigentrificação que abalaram o bairro de Condesa colocaram o governo da Cidade do México em uma posição política extremamente delicada. A resposta oficial tem sido um cuidadoso ato de equilíbrio, tentando equilibrar-se entre a validação de uma demanda social legítima e a condenação da violência e da xenofobia.
Em comunicado oficial, a administração da capital condenou veementemente os ataques e atos de vandalismo ocorridos durante a manifestação. O governo foi claro em sua mensagem de boas-vindas à comunidade estrangeira, distanciando-se dos slogans xenófobos ouvidos.
"Aqui acolhemos com solidariedade aqueles que fogem de situações difíceis em seus países, e também acolhemos aqueles que escolhem se estabelecer na Cidade do México por convicção." – Declaração do Governo da Cidade do México.
Embora a resposta imediata tenha vindo do governo cessante, esta crise social recai diretamente sobre a mesa da chefe de governo eleita, Clara Brugada. A gestão deste conflito configura-se como o primeiro grande teste para o seu governo, que tomará posse em outubro.
A situação representa um enorme desafio político. Por um lado, a base eleitoral de Brugada e Morena é amplamente favorável a causas sociais e à luta pelo direito à moradia. Ignorar o problema subjacente do deslocamento devido à gentrificação pode alienar seus próprios eleitores.
Por outro lado, o novo governo não pode se dar ao luxo de mostrar fraqueza diante da violência ou projetar uma imagem de que a capital é hostil a investimentos e estrangeiros, o que poderia ter sérias consequências econômicas.
Tanto o primeiro-ministro cessante, Martí Batres, quanto a própria Brugada já reconheceram a gentrificação como uma questão prioritária. Batres promoveu reformas para tentar limitar o aumento dos aluguéis, enquanto Brugada indicou que essa será uma questão central em sua agenda.
A pressão agora é imensa. Os cidadãos esperam não apenas condenações da violência, mas também soluções concretas e eficazes para a crise habitacional. A capacidade do novo governo de propor políticas públicas que abordem a raiz do problema – como a construção de moradias sociais, a regulamentação de plataformas de aluguel de curta temporada e a promoção do enraizamento –, ao mesmo tempo em que aplica a lei àqueles que cometeram atos de vandalismo, definirá o tom de seu mandato de seis anos e sua capacidade de navegar pela complexa realidade social da Cidade do México.
La Verdad Yucatán