Pedido do presidente Petro para investigar o ataque a Miguel Uribe, que inclui uma comissão da ONU.

Durante um polêmico discurso nesta quarta-feira, 11 de junho, em Cali, o presidente Gustavo Petro pediu à procuradora-geral Luz Adriana Camargo que encontrasse os responsáveis pelo ataque ao senador e candidato à presidência Miguel Uribe Turbay. O presidente afirmou: "Tenho pistas".
Embora o discurso do Chefe de Estado tenha se concentrado no referendo e na emissão do decreto que ordenou sua convocação unilateral, ele iniciou suas observações mencionando Miguel Uribe, a quem destacou apesar de não compartilhar sua ideologia política. " Ele está lutando pela vida, e espero que pela vida", disse. Em seguida, falou sobre a mãe de Uribe, Diana Turbay, enfatizando que ela foi assassinada pelo tráfico de drogas.
Petro chegou a pedir um minuto de silêncio em homenagem ao pré-candidato. "Vamos fazer um minuto de silêncio pelo senador Miguel Uribe Turbay e que ele sobreviva aos seus assassinos", pediu o presidente.

O senador Miguel Uribe é lembrado no debate sobre a reforma trabalhista. Foto: César Melgarejo/El Tiempo
Em seguida, questionou se estava sendo responsabilizado por esse crime devido ao tom de seu discurso ou às tensões causadas pela convocação do referendo. "O culpado não é o povo colombiano nem seu presidente. O referendo não é amigo de assassinos. A desigualdade social é amiga de assassinos", afirmou Petro.
Ele solicitou uma comissão das Nações Unidas "Pedi, por meio da Embaixada Americana em Bogotá, que todos os órgãos de inteligência me ajudem a investigar quem matou Mario Uribe (ele se referia a quem tentou assassinar Miguel Uribe) (...) Não quero poupar esforços, nem mesmo uma hora, para descobrir quem foram; tenho pistas e elas não apontam para a histeria nas ruas, apontam para outra coisa", afirmou Petro.

Luz Adriana Camargo, Procuradora Geral da Nação. Foto de : Néstor Gómez
Ele então pediu ao Procurador-Geral que permitisse que uma comissão de inquérito judicial independente das Nações Unidas auxiliasse na investigação do ataque não apenas contra o senador Miguel Uribe, mas contra todos os líderes políticos e sociais que foram assassinados ao longo da história da Colômbia.
Considera convocar uma assembleia constituinte O presidente Petro transmitiu seu discurso na mobilização anunciada pelos sindicatos em Cali, ao vivo. Nessa mensagem, ele defendeu seu "decreto" que convocava um referendo sobre a reforma trabalhista. Afirmou que o referendo está em conformidade com a Constituição e chegou a ameaçar convocar uma assembleia constituinte caso tanto a convocação de eleições quanto a reforma trabalhista em tramitação no Congresso sejam rejeitadas.

O presidente Gustavo Petro em seu comício em Cali. Foto: Presidência
"O que se segue são 8 milhões de assinaturas, um esforço intenso, mas o povo já decidiu e não vai recuar. E todos os instrumentos que existem na Colômbia, incluindo a Assembleia Nacional Constituinte, serão utilizados porque o único detentor do poder soberano é o povo colombiano", disse ele.
Sobre o pedido para moderar sua maneira de falar, ele declarou: "Eles me pediram para moderar minha fala, e eu prometo fazer isso, mas moderar não significa não falar a verdade, ficar em silêncio ou me ajoelhar."
Em relação aos processos contra o decreto do referendo, ele rejeitou as alegações de que os ministros são culpados de má conduta. Ele chegou a mencionar a possibilidade de todo o seu gabinete acabar na prisão. "Eu ficaria orgulhoso, inclusive, se fizessem isso comigo, o que já tentaram fazer várias vezes, porque teriam que prender funcionários públicos e um presidente da Colômbia, que apenas pediram ao povo que se expressasse", disse ele.

Assim progride a #grevenacional em apoio à consulta popular. Foto:
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