Entre os chefes do Vale do Silício e a esquerda americana, a história de um divórcio

O rancho é um pouco difícil de localizar: neste canto da Califórnia, a menos de duas horas do Vale do Silício, a conexão de internet caiu, então não há GPS, e nenhum posto de gasolina vende mais mapas rodoviários — aquela coisa arcaica na era da inteligência artificial (IA). Depois de dirigir pouco mais de 160 quilômetros ao norte de São Francisco, por colinas áridas e campos cobertos de painéis solares, finalmente encontramos a pequena estrada por onde a diligência costumava passar no ^século XIX.

Foi aqui que os ancestrais do ex-governador da Califórnia, Jerry Brown, que veio da Alemanha em 1849, administravam uma estalagem onde os cavalos eram trocados, "antes", diz ele, "que a chegada da ferrovia destruísse a pequena estrada, sua estalagem, e mudasse tudo completamente". Um século depois, Jerry Brown transformou a antiga estalagem em uma casa de campo. Aos 87 anos, ele é um velho bonito, no estilo chique e culto dos Wasps (para protestantes anglo-saxões brancos ) do Partido Democrata, que lê ensaios políticos e produz azeite extraído dos olivais ao longo do vale. Em outras palavras, um pedaço do velho mundo, a menos de duas horas dos reis da tecnologia.

Ele os conhece bem. "Quase todos gravitaram em minha direção, como sempre fizeram em direção ao poder", garante. Mark Zuckerberg e as gigantes da Apple financiam suas campanhas há muito tempo: "Afinal, eles diziam que se importavam com o país e estavam entre os mais ricos." Jerry Brown inaugurou a sede de suas empresas, incluindo a da Tesla, em Palo Alto, mesmo que "Elon Musk tenha sido um dos poucos que nunca realmente respondeu" às suas campanhas de arrecadação de fundos para o Partido Democrata da Califórnia, reconhece.

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