Greve dos controladores de tráfego aéreo: 933 voos cancelados nesta quinta, governo intensifica

Segundo a Direção Geral de Aviação Civil, a taxa de greve foi de 26,2%, ou seja, 272 controladores de tráfego aéreo de um total de mil militares participaram da ação. ADIL BENAYACHE/SIPA
Mais de 1.500 voos foram cancelados e outros estão sofrendo atrasos significativos, com centenas de milhares de passageiros afetados na Europa. Uma greve dos controladores de tráfego aéreo franceses na quinta-feira, 3 de julho, e na sexta-feira, 4 de julho, está interrompendo seriamente o início das férias de verão, custando às companhias aéreas "milhões de euros".
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A Autoridade Francesa de Aviação Civil (DGCA) estimou o número de voos cancelados na quinta-feira em 933, com partida ou chegada na França, ou cerca de 10% dos voos inicialmente programados. Localmente, essas taxas foram muito maiores: 50% em Nice, o terceiro maior aeroporto da França, e 25% em Paris-Charles-de-Gaulle e Orly, que juntos respondem por 350.000 passageiros por dia durante o verão.
Os efeitos da greve estão sendo sentidos além das fronteiras da Europa, com a principal associação europeia de companhias aéreas, a Airlines for Europe (A4E), estimando que 1.500 voos seriam cancelados em toda a Europa na quinta e sexta-feira, o segundo dia da greve, "afetando quase 300.000 passageiros" no continente.
"Tomando os franceses como reféns"O primeiro-ministro François Bayrou chamou a greve de "chocante". "É como se os franceses fossem reféns ao escolher o dia em que todos saem de férias para fazer uma greve de controle de tráfego aéreo", disse ele na noite de quinta-feira na BFM-TV.
"Esta greve é intolerável. O controle de tráfego aéreo francês já é responsável por alguns dos piores atrasos na Europa, e agora as ações de uma minoria de controladores de tráfego aéreo franceses vão atrapalhar os planos de férias de milhares de pessoas na França e na Europa", disse a CEO da A4E, Ourania Georgoutsakou.
Segundo a DGAC, a taxa de greve foi de 26,2%, ou seja, 272 controladores de tráfego aéreo entre mil militares que participaram do movimento.
Melhores condições de trabalhoO segundo maior sindicato de controladores de tráfego aéreo, Unsa-Icna (17% dos votos nas últimas eleições profissionais), lançou este movimento para exigir melhores condições de trabalho e aumento do quadro de funcionários. A ele se juntou o terceiro maior sindicato da categoria, Usac-CGT (16%).
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