O grupo de Hong Kong CK Hutchison não venderá seus portos no Panamá até 2026
Em 4 de março, para grande espanto de Pequim, o grupo de Hong Kong CK Hutchison anunciou a venda da maior parte de suas atividades portuárias para um consórcio liderado pela gestora de ativos americana BlackRock. A venda, por € 20,5 bilhões, incluiu a gestão de 43 portos em 23 países, incluindo dois nas extremidades do Canal do Panamá, e ocorreu algumas semanas após um discurso inflamado do presidente americano Donald Trump, pedindo o fim do "controle chinês" deste canal, por onde passa parte do comércio mundial.
O governo central chinês viu essa venda como uma ameaça aos seus interesses estratégicos. Alguns veículos da imprensa local denunciaram a empresa, de propriedade do bilionário de Hong Kong Li Ka-shing, de 97 anos, como uma "traição a todo o povo chinês". E agora, esse projeto explosivo, que havia se tornado uma batalha geopolítica, finalmente se transformou em um fracasso.
"O acordo está demorando muito mais do que prevíamos quando o anunciamos em março, mas, francamente, isso não é particularmente problemático", disse Frank Sixt, co-CEO e CFO do conglomerado, na quinta-feira, 14 de agosto, durante a apresentação dos resultados semestrais. Segundo ele, a venda não ocorrerá antes de 2026: "Estamos em uma nova fase do acordo, que inclui discussões com um grande investidor estratégico chinês." Ele acrescentou: "Acredito que há uma chance razoável de que todas essas discussões resultem em um acordo satisfatório para todas as partes, incluindo nós, e que – o mais importante – possa ser aprovado por todas as autoridades competentes."
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Le Monde